Autor: Lusa
“Estamos prontos para finalmente ultrapassar velhos horizontes de esperança e concretizar uma nova ambição para Ponta Delgada, assente na confiança do trabalho que vamos desenvolver”, declarou Pedro Nascimento Cabral, na cerimónia da tomada de posse dos membros da Câmara e Assembleia Municipal, que decorreu no Coliseu Micaelense, em Ponta Delgada.
A maior autarquia dos Açores vai ser governada pela primeira vez em democracia sem o partido vencedor ter maioria absoluta no executivo, após o PSD, que lidera o concelho há 32 anos consecutivos, ter elegido três vereadores, os mesmos do Movimento Independente Ponta Delgada Para Todos.
Nascimento Cabral, reeleito para um segundo mandato, prometeu “transparência na gestão” e “eficácia na execução” e um município que sabe “ouvir, dialogar e responder”.
“À oposição democrática formulo os votos de um bom trabalho, evidenciando por parte do executivo camarário uma disponibilidade total para o diálogo institucional, no sentido de assumir posições que, dentro do quadro legal e de competências e orçamental, possam influenciar positivamente a vida de todos”, afirmou.
O social-democrata garantiu que a habitação vai “continuar a ser uma prioridade estratégica”, lembrando o objetivo de construir “cerca de 200 soluções habitacionais no próximo mandato”.
Na segurança, Nascimento Cabral afirmou que pretende dotar os agentes da polícia municipal de armas elétricas e ampliar a rede de videovigilância.
No que toca à mobilidade, o autarca insistiu na construção de uma central de camionagem nos antigos terrenos da SINAGA e na reivindicação, junto do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), da “melhoria da acessibilidade à freguesia dos Mosteiros”.
Já na Cultura, o objetivo é fazer de Ponta Delgada Capital Portuguesa da Cultura em 2026 um “exemplo de dinamismo e ambição”, de acordo o presidente da câmara.
Segundo disse ainda, o município pretende também construir um novo campo de futebol e um pavilhão multiusos para “albergar eventos sociais, desportivos, culturais e económicos”.
No final da cerimónia, a vereadora sem pelouro do Movimento Ponta Delgada Para Todos (que conseguiu três eleitos) Sónia Nicolau considerou que Nascimento Cabral fez uma intervenção “em 2025 como se tivesse tido os resultados de 2021”, mas reiterou a disponibilidade para o diálogo.
“O que ouvimos hoje no discurso foi o contrário do diálogo total. O diálogo total implicaria que antes do dia de hoje tivéssemo-nos sentado, os nove vereadores, e tivéssemos falado e debatido o futuro de Ponta Delgada”, alertou Sónia Nicolau.
Já o socialista Rui prometeu “trabalhar com todos” e lembrou o “cartão amarelo” dos eleitores à governação do PSD nas últimas eleições.
“A nossa posição será construir pontes com o intuito de estabelecer parcerias”, afirmou o vereador do PS, que assegurou dois mandatos.
O vereador único do Chega, José Pacheco, criticou o “enumerar de promessas” de Nascimento Cabral e prometeu manter um “papel fiscalizador” durante o mandato.
O PSD vai governar Ponta Delgada com um executivo sem maioria, depois de não ter havido acordo entre os sociais-democratas e as outras forças políticas.
A mesa da Assembleia Municipal, encabeçada por Cláudio Almeida (PSD), foi eleita com 75% dos votos dos deputados municipais.