Talal, conhecido sobretudo por presidir ao maior accionista privado do CityGroup e que, em Portugal, detém a rede hoteleira Four Seasons, reuniu-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, em Riade na primeira etapa de um périplo pelos países do Golfo que o vai levar ainda a Omã, Emirados Árabes Unidos, Qatar e Iémen.

    Para este milionário, cuja empresa está sedeada num imponente arranha-céus de 100 andares no centro de Riade, a economia saudita "está muito bem", muito devido ao cariz "reformador e aberto" do rei Abdullah, e toda a região atravessa "um renascimento", um "boom" económico que está a verificar-se não só nos países produtores de petróleo como em países do Magrebe como Marrocos ou a Tunísia, e que se deve à transformação "não só económica, mas também social e política" em curso.

    Neste encontro, bin Talal falou também da actual crise económica desencadeada pelo colapso do mercado hipotecário de alto risco norte-americano - que qualificou como "uma nuvem" - e manifestou-se convicto de que "o pior já passou", com o colapso há dez dias do banco de investimento Bearn Sterns, e que a situação deverá melhorar no último trimestre de 2008.

    "Portugal é visto muito favoravelmente" na Arábia Saudita e em toda a região, disse, nomeadamente por assumir posições políticas em relação ao conflito israelo-palestiniano que são consideradas equilibradas e "não comprometidas com Israel", e defendeu uma abordagem "mais agressiva" deste estreitamento de relações pretendido pelos dois países.

    Luís Amado repetiu, por isso, a vontade de Portugal de estreitar relações económicas com a Arábia Saudita e atrair investimentos para Portugal e convidou Bin Talal a visitar Portugal, onde o príncipe disse já ter estado três vezes e tencionar voltar em breve.