Açoriano Oriental
Bolieiro na “primeira linha” da reivindicação de uma visão global do papel da agricultura

O presidente do Governo dos Açores disse que esteve sempre na “primeira linha” da reivindicação de “uma visão global” do papel da agricultura a nível europeu e que os rateios devem ser uma responsabilidade da União Europeia

Bolieiro na “primeira linha” da reivindicação de uma visão global do papel da agricultura

Autor: Lusa/AO Online

“Não é a partir de agora. Sempre estive na primeira linha da reivindicação, no quadro da Comissão Europeia, do Parlamento Europeu, da Presidência do Conselho, para garantir uma política que não só distinga as regiões ultraperiféricas e o seu estatuto especial, no quadro do tratamento de funcionamento da União Europeia […], mas para uma visão global do papel da agricultura”, afirmou José Manuel Bolieiro.

O líder do executivo açoriano de coligação (PSD/CDS-PP/PPM), que falava na cerimónia comemorativa dos 50 anos da Associação Agrícola de São Miguel, realizada em Rabo de Peixe, na Ribeira Grande, com a presença do ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, também se pronunciou sobre o fim dos rateios na agricultura, afirmando que essa responsabilidade deve ser assumida pela União Europeia.

“Também tenho que reconhecer, na palavra do senhor ministro da Agricultura e do Mar, a disponibilidade para apoiar o fim dos rateios, que muito penalizaram os agricultores nos Açores nos últimos anos, que foram suportados pelo Orçamento Regional e que, na verdade, devem ser um compromisso da União Europeia. E até a União Europeia o assumir, deve ser uma responsabilidade do Estado português”, afirmou.

Na sua intervenção, Bolieiro falou também da autonomia alimentar, declarando que a região conta com os seus agricultores e com a “capacidade progressiva da autonomia alimentar nos Açores inteiros”.

Quanto a desafios para o setor, disse que são muitos, “desde logo, porque é preciso continuar a aumentar a produção alimentar mundial”.

“A sustentabilidade ambiental é outro desafio, mas é sobretudo um elemento da própria ação agrícola, porque parte da nossa sustentabilidade ambiental tem sido assegurada exatamente pela atividade agrícola”, prosseguiu.

Segundo o líder do Governo dos Açores, outro desafio que se coloca é o da alteração climática, “que penaliza a expectativa, a previsibilidade, o rendimento, o produto do setor agrícola”.

“É bom que estejamos atentos a estas matérias para, com a Associação Agricultura de São Miguel, com o movimento associativo nos Açores e no país, podermos atender a esta referência”, disse.

Os desafios da inovação e da tecnologia também “devem estar disponíveis para a produtividade” do setor agrícola, acrescentou.

Depois de referir que os Açores são “uma gota do oceano” a nível agrícola, observou que o engenho e a dedicação dos agricultores têm “potenciado capacidade exportativa na quantidade e na qualidade, auxiliando o país nas suas necessidades alimentares e no seu défice que, em vários segmentos, os laticínios e na carne ainda têm”.

Bolieiro destacou ainda a ação da Associação Agrícola de São Miguel ao longo dos seus 50 anos de existência, salientando o seu prestígio a nível regional e nacional e o trabalho desenvolvido pelo seu presidente Jorge Rita.

Na cerimónia também discursou o presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), Luís Garcia, que salientou que a agricultura tem futuro.

“Desenganem-se aqueles que julgam que a agricultura é uma atividade do passado. Uma atividade que tem terrenos de excelência, que cuida do nosso território, que é determinante para contrariar o despovoamento e que produz alimentos que, no nosso caso, são de qualidade […], só pode ter muito futuro, e constituir um caminho de excelência para os nossos jovens”, afirmou.

Luís Garcia considera importante passar a ideia que a profissão de agricultor é uma profissão moderna, digna e “essencial no presente" e "para o futuro”, sendo prioritário “atrair e apoiar os jovens que queiram abraçar a agricultura”, oferendo condições de segurança económica e incentivos à sua instalação e formação.


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