Açoriano Oriental
Vasco Cordeiro questiona que tenha de haver redução de verbas da UE para a Coesão

O presidente do Comité das Regiões, Vasco Cordeiro, questionou, num debate em Bruxelas, a noção de que as verbas para a política de Coesão da União Europeia tenham de diminuir em face dos desafios geopolíticos.

Vasco Cordeiro questiona que tenha de haver redução de verbas da UE para a Coesão

Autor: Jorge Sá Eusébio/Lusa/AO Online

"Não sei porque é que temos de assumir que temos menos recursos. Acho que este é o primeiro passo para fazer com que a política de Coesão perca terreno neste debate", disse Vasco Cordeiro num painel de discussão no nono Fórum da Coesão, que decorreu entre quinta-feira e hoje em Bruxelas.

O deputado regional açoriano e líder do PS/Açores sustentou a sua posição em declarações do vice-presidente da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis, responsável pelas pastas do Comércio e da Economia, que afirmou estar "aberto a um maior orçamento da União Europeia" e à forma como tal poderia ser financiado, segundo o jornal Politico.

Segundo Dombrovskis, o potencial aumento de despesa em Defesa não deve ser feito "à custa de políticas existentes", uma citação lida por Vasco Cordeiro que gerou aplausos na audiência, composta sobretudo por técnicos que trabalham com fundos europeus da Coesão, que têm como objetivo estrutural estimular a economia nos países e regiões menos desenvolvidas da UE.

Vasco Cordeiro também defendeu que a aplicação dos fundos deve ser alvo de uma simplificação, "não só para os beneficiários, mas também para as autoridades gestoras [regiões da UE], pelos que são responsáveis por auditar os resultados das políticas de coesão".

O presidente do Comité das Regiões abordou ainda a questão da ligação da aplicação dos fundos a reformas, e criticou que, por vezes, "as regiões e as cidades paguem pela incapacidade dos governos nacionais fazerem essas reformas".

"Isso não é justo. Neste tipo de políticas [orientadas para as regiões] isso não é justo", vincou, dizendo que tal "está a acontecer atualmente", clamando que tal tem de ser "repensado".

Quanto ao futuro da política de coesão da UE, Vasco Cordeiro assinalou que "não é uma questão de fazer pequenas mudanças, cosméticas", sendo necessárias mudanças profundas.

Uma das questões levantadas foi a noção da existência de países beneficiários ou contribuintes líquidos para a política de Coesão, uma vez que, na sua opinião, no fim de contas, "todos beneficiam" da política a nível europeu, mesmo os países mais ricos.

Por outro lado, defendeu que atuais características da política de coesão se devem manter, como estar "disponível para todas as regiões", ter uma "abordagem local", manter a "metodologia das parcerias", "gestão partilhada", "governação multinível" e "abordagem de longo prazo".

"O tempo é agora para nos mobilizarmos pela política de Coesão. Antes das eleições europeias", marcadas para junho, vincou.


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