Autor: Lusa/AO Online
“A população tem conhecido melhorias significativas e hoje é claramente superior à que existia há três ou quatro anos”, afirmou o investigador Joaquim Teodósio, em declarações à Lusa.
Actualmente, a estimativa aponta para a existência de cerca de 800 aves desta espécie, salientando o investigador que as melhorias também se registaram ao nível da sua distribuição geográfica.
“Há aves em sítios de onde estavam afastadas há muito tempo”, salientou, acrescentando que esta situação é o resultado da recuperação de cerca de 230 hectares de floresta laurissilva de S. Miguel, o que permitiu “aumentar a disponibilidade de alimento para o priolo durante todo o ano”.
A recuperação desta área de floresta nativa de S. Miguel e o aumento da população de priolo são dois dos principais resultados do projecto LIFE Priolo, que terminou em Novembro de 2008.
“Durante cerca de cinco anos, procuramos melhorar o habitat do priolo. Foi um projecto muito complexo, mas os resultados ultrapassaram as nossas melhores expectativas”, afirmou Joaquim Teodósio.
Os resultados finais deste projecto vão ser divulgados terça-feira nas Jornadas de Conservação do Priolo, organizadas pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) na Ribeira Grande.
O priolo (Phyrrula murina), que apenas existe no leste da ilha de S. Miguel, é uma ave de pequenas dimensões, com aspecto robusto e corpo cinzento, uma coroa negra na cabeça, bico curto e cauda preta.
Esta espécie alimenta-se de diversas plantas, especialmente flores de azevinho e bagas da uva-da-serra, plantas endémicas, características da floresta laurissilva dos Açores.
A sua reduzida população colocou esta ave na lista de espécies em ‘perigo crítico’ da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais.
A destruição do seu habitat natural e a introdução de plantas exóticas que proliferaram e destruíram a vegetação nativa que lhe servia de alimento são duas das causas da sua actual situação.