Autor: Lusa/AO Online
O Plano Municipal de Ação de Resíduos Urbanos do Município de Velas, publicado hoje em Diário da República, vigora entre 2025 e 2035.
Entre outras medidas, o município prevê “promover a recolha seletiva de resíduos urbanos biodegradáveis junto dos maiores produtores por forma a promover a sua valorização, criar ações de sensibilização junto da população para a reciclagem e separação de resíduos e promover a compostagem caseira”.
De acordo com o documento, entre 2020 e 2023, a produção de resíduos sólidos urbanos na vila das Velas teve um aumento anual de 39 quilogramas por habitante, com uma capitação diária a rondar 1,18 quilogramas por habitante por dia.
Apesar de a população residente ter diminuído, “o turismo aumentou nos meses de época alta, estando a alargar-se para os meses de abril e setembro”, o que “contribui para a elevada população flutuante do concelho, refletindo-se na produção de resíduos”.
O plano identifica o elevado crescimento no setor do turismo como um fator de pressão sobre o sistema de recolha de resíduos, sublinhando a necessidade de que os visitantes “tenham papel fundamental no processo de valorização do território e na contribuição para que sejam atingidos objetivos de reciclagem e recolha seletiva de resíduos mais elevados”.
Aponta ainda o facto de a população estar dispersa pelo concelho como dificuldade para consciencializar todos os habitantes para as boas práticas da reciclagem, apesar de haver uma rede de ecopontos "bastante abrangente".
O documento refere ainda que a falta de uma rede de recolha de resíduos da agricultura eficaz “faz com que se verifique a frequente deposição de resíduos desta atividade nos contentores dos ecopontos, com a consequente contaminação dos resíduos selecionados”.
Desde 2018 que o município das Velas não deposita resíduos em aterro, tendo um sistema de recolha seletiva de resíduos sólidos urbanos com 173 ecopontos, uma média de um ecoponto por 29 habitantes, que “constitui um dos principais fatores para se atingir uma taxa de recolha seletiva, acima dos 20%, desde a sua implementação”.
A câmara municipal apresentou uma candidatura ao Programa Açores 2030 para melhorar o sistema de recolha seletiva de resíduos, estando prevista a aquisição de contentores e de uma viatura para recolha de resíduos.
Embora “os valores de reciclagem do concelho sejam elevados”, o município pretende “continuar a consciencializar os munícipes, tornando-os mais responsáveis”, com o reforço de campanhas de sensibilização sobre reciclagem.
Entre as medidas previstas está também uma aposta na recolha de biorresíduos, ainda que muitos habitantes já realizem compostagem caseira, tendo em conta o peso da agropecuária na economia do concelho.
Atualmente, já existe recolha de biorresíduos verdes (podas e arbustos), de forma gratuita, uma vez por semana, após agendamento telefónico.
O município pretende, nos próximos anos, "implementar novos tipos de recolha de biorresíduos, nomeadamente a sua separação e posterior depósito, que irá permitir que os biorresíduos sejam valorizados e transformados em composto, servindo como um fertilizante natural de grande valor para a agricultura”.
Pretende ainda “efetuar a recolha seletiva de biorresíduos nos grandes produtores, nomeadamente nos hotéis, restaurantes, cantinas de escolas e IPSS, cafés e pastelarias, uma vez que nestes setores os resíduos alimentares constituem a maior parte do total produzido diariamente”.
Segundo o documento, “serão colocados contentores de biorresíduos nos ecopontos de todas as freguesias e serão efetuadas campanhas para a sensibilização para a separação dos biorresíduos”.
Ainda este ano, será iniciada “a recolha de cápsulas de chá e café, em colaboração com a Direção Regional do Ambiente e Ação Climática, sendo distribuídos seis capsulões, um por cada freguesia do concelho”.
Serão igualmente distribuídos, em colaboração com a direção regional, pontos de recolha diferenciada de produtos têxteis pelas seis freguesias do concelho.