Açoriano Oriental
Francisco César alerta para “normalização do incumprimento” pelo executivo açoriano

O líder do PS/Açores considerou que há na região uma “espécie de normalização do incumprimento” por parte do executivo regional e que é tempo de este assumir as suas responsabilidades

Francisco César alerta para “normalização do incumprimento” pelo executivo açoriano

Autor: Lusa/AO Online

“Este Governo [Regional] tem de começar a assumir as suas responsabilidades. E nós sabemos que esta governação tem tido imensos problemas, muitos problemas. Aliás, parece que, nos Açores, há uma espécie de normalização do incumprimento”, disse Francisco César na abertura das jornadas parlamentares socialistas, na ilha Graciosa.

Para Francisco César, “é normal não pagar a fornecedores, é normal a [companhia aérea] SATA não apresentar as contas a tempo, é normal as aulas arrancarem sem professores, é normal os apoios que são dados a instituições serem sempre metade daqueles que foram solicitados. É normal, inclusive, pagar-se no ano de 2025 os apoios de 2024. É tudo normal”.

Para o dirigente socialista, “há uma nova normalização que eles [governantes] impõem, que é não só a normalização de incumprimento, como a normalização do isolamento”.

“Ou seja, é normal agora, para além dos problemas que já temos na economia regional, (…) nas ilhas sem hospital não terem acesso à saúde, (…) nas ilhas mais afastadas não terem acesso a transportes aéreos em qualidade?”, questionou.

De seguida, Francisco César deu alguns exemplos de problemas que existem na Região Autónoma dos Açores, a começar pela saúde, com listas de espera e dificuldades no acesso a consultas de especialidade.

Nos transportes marítimos, apontou que as alterações sugeridas pelo atual executivo “criaram o caos total”, o mesmo acontecendo com os transportes aéreos e com a mobilidade interilhas.

Ao nível das ilhas mais pequenas, também alertou para problemas no fornecimento de cimento, que passou a ter um custo acrescido.

No turismo, referiu o caso da ilha Graciosa onde, pelos dados dos primeiros cinco meses de 2025, “as dormidas caíram cerca de 20% em relação ao ano passado e 40% em relação a 2019”, sendo a única ilha que ainda não recuperou os valores que existiam antes da pandemia.

No discurso, o líder dos socialistas açorianos também disse que o Governo Regional liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro apresenta, há cinco anos, como resultado da sua governação, duas medidas emblemáticas: a descida dos impostos e a Tarifa Açores (que permite viagens interilhas aos residentes a 60 euros).

“Agora, nós não podemos baixar impostos e depois não conseguir pagar as nossas contas. Nós não podemos querer baixar impostos e depois não haver capacidade no plano de investimentos para executar, por exemplo, os edifícios de creche fundamentais para que todas as crianças possam ter acesso às creches. Nós não podemos querer baixar as tarifas [aéreas] interilhas e depois não ter capacidade para financiar a SATA quando ela precisa”, sustentou.

O socialista admitiu ainda que o executivo tem “conseguido implementar um conjunto de políticas, porque o Chega tenta fazer um papel (…) que é cantar e assobiar ao mesmo tempo”.

Francisco César também referiu que o grupo parlamentar socialista apresentou no último ano ao Governo Regional, através do parlamento, 179 requerimentos e perguntas, elaborou 86 votos de pesar, congratulação e de protesto e 19 iniciativas.

O trabalho realizado demonstra que o PS é um partido de construção e de alternativa, que sabe “aquilo que é melhor para os Açores”, admitiu.


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