Autor: Lusa
A garantia foi dada pela porta-voz do Governo israelita, Shosh Bedrosian, pouco depois de o primeiro-ministro ter ordenado “ações vigorosas contra alvos terroristas” em Gaza.
“Estamos atualmente num cessar-fogo, mas os soldados têm permissão para se protegerem”, disse a porta-voz numa conferência de imprensa virtual.
Os ataques israelitas – com um drone num café do centro de Gaza e dois bombardeamentos ao campo de refugiados de Nuseirat – causaram pelo menos seis mortos e nove feridos, avançou a agência de notícias EFE com base em fontes da morgue do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Deir al-Balah, que recebeu os corpos.
Vídeos divulgados pelos canais palestinianos mostram colunas de fumo a subir junto ao mar, depois de um café, localizado perto da estrada Rashid Highway, que atravessa Gaza de norte a sul, a poucos metros do mar, ter sido atacado.
Momentos depois, o exército realizou mais dois ataques, um dos quais perto do estádio Al-Ahli, em Nuseirat, e outro perto da estação de televisão do Qatar Al-Jazeera, mas ainda se desconhece o número de vítimas.
Estes bombardeamentos ocorreram pouco depois de o Governo israelita ter ordenado ao exército que “atacasse fortemente alvos terroristas” na Faixa de Gaza, em resposta aos combates que se desenrolaram em Rafah, no sul de Gaza.
“Após a violação do cessar-fogo por parte do [grupo islamita palestiniano] Hamas, o primeiro-ministro, [Benjamin] Netanyahu, realizou uma consulta com o ministro da Defesa e os chefes do setor de segurança e ordenou ações vigorosas contra alvos terroristas na Faixa de Gaza”, avançou o gabinete de Netanyahu, em comunicado.
Israel já tinha lançado, de manhã, uma série de ataques aéreos contra a cidade de Rafah, na Faixa de Gaza, após acusar o Hamas de atacar uma escavadora militar israelita que servia para destruir os túneis da organização islamita palestiniana.
O Hamas alegou que a destruição da escavadora aconteceu durante um fogo cruzado entre soldados israelitas e o braço armado do grupo palestiniano, que estaria numa operação para eliminar o líder da milícia rival, conhecida como Forças Populares, Yasser Abu Shabab.
Na sequência do episódio, o ministro da Segurança Nacional israelita, Itamar Ben Givr, instou Netanyahu a retomar a ofensiva contra a Faixa de Gaza “com todo o seu efetivo”.
Também o ministro da Defesa, Israel Katz, alertou que, se os militantes do Hamas continuarem a cometer o que Israel considera violações do acordo de cessar-fogo em Gaza, “a intensidade” dos ataques de retaliação vai aumentar.
“O Hamas pagará um preço elevado por cada tiro disparado e por cada violação do cessar-fogo. Se a mensagem não for compreendida, a intensidade da nossa resposta intensificar-se-á”, ameaçou, num comunicado divulgado pela imprensa israelita.
O cessar-fogo em Gaza – proposto pelos Estados Unidos e acordado entre Israel e o Hamas – foi iniciado a 10 de outubro, prevendo três fases: a libertação dos reféns, o desarmamento do Hamas e a reconstrução gradual do território, sob supervisão internacional.