Autor: Lusa/AO Online
“Julgo que faz sentido haver um reforço de profissionais de saúde nesta área”, defendeu o presidente da Secção dos Açores da Ordem dos Médicos, Carlos Ponte, ouvido na Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa Regional, reunida em Ponta Delgada.
No seu entender, faria também sentido que, tal como aconteceu no passado, os médicos de medicina geral e familiar que desempenham funções nas diferentes unidades de saúde de ilha nos Açores tivessem mais tempo de serviço atribuído para prestar serviço na área da medicina desportiva.
“Já em tempos houve, integrado nas funções atribuídas aos médicos de medicina geral e familiar, nas diferentes ilhas, um tempo que disponibilizavam à medicina desportiva”, recordou o presidente da Ordem dos Médicos, acrescentando que essa poderia bem ser uma solução a adotar novamente no SRS.
A audição da Ordem dos Médicos na Comissão de Assuntos Sociais surge na sequência de uma proposta apresentada pela bancada do PS no parlamento açoriano, que propõe também que se criem incentivos para a fixação nos Açores de mais especialistas em medicina desportiva.
“Existe, efetivamente, lacuna de médicos na região autónoma dos Açores. Se existe, o Governo pode e deve criar uma forma de incentivo para facilitar os atestados médicos de medicina desportiva”, insistiu o deputado Lúcio Rodrigues, durante a reunião parlamentar.
Também ouvida na Comissão de Assuntos Sociais, a secretária regional da Saúde e da Solidariedade Social, Mónica Seidi, lembrou que os recursos humanos “são escassos” no SRS e defendeu que devem ser os clubes desportivos e não o Governo Regional a encontrar uma solução para este problema.
“O que o senhor deputado está a querer fazer é tirar essa responsabilidade dos clubes e passá-la, diretamente, para o Serviço Regional de Saúde! Mas, depois, é o mesmo partido que acusa o SRS de ter falta de profissionais, de não fazer as consultas suficientes. É assim! A gente vai tirar de um lado e vai faltar no outro!”, desabafou a governante.
Mónica Seidi admitiu que alguns clubes desportivos da região sentiram dificuldade em obter atestados desportivos dos seus atletas, mas lembrou que esse problema apenas se verificou em três das nove ilhas dos Açores (Santa Maria, Faial e Graciosa) e sugeriu que os clubes “se organizem” melhor, no sentido de obter os devidos atestados.
A titular da pasta da Saúde no arquipélago, garantiu, no entanto, que “nenhum atleta açoriano ficou impedido de praticar desporto” por alegada dificuldade no acesso ao atestado desportivo nos Açores.