Autor: Lusa/AO On Line
A efeméride é promovida pela Associação Europeia da Depressão (AED) com o objectivo de combater aquilo que considera um "grave problema de saúde pública". Segundo a OMS, em 2020 a depressão será a principal causa de incapacidade em todo o mundo, depois das doenças cardio-vasculares.
O Dia Europeu da Depressão visa por isso tornar os profissionais de saúde e o público em geral mais cientes da importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento.
A AED alerta que a depressão clínica ainda é uma doença mal compreendida, que gera atitudes como: "bebe um copo que isso passa".
No entanto, estudos epidemiológicos mostram prevalências pontuais (proporção de pessoas afectadas num determinado momento) de três a quatro por cento e prevalências anuais de quatro a 10 por cento.
Demonstram ainda que cerca de 12 por cento dos homens e 25 por cento das mulheres sofrem de depressão em algum momento das suas vidas.
“Em Portugal, lamentavelmente não há dados epidemiológicos nesta área, mas presumem-se valores de prevalência dentro do padrão europeu e espanhol”, refere a vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), Luísa Figueira.
Em Espanha, um estudo realizado na Cantábria revelou uma prevalência ponderada da depressão de 6,2 por cento, com 4,5 por em homens e 7,8 por cento em mulheres.
Luísa Figueira acrescenta que “a maior parte das depressões surge no início da idade adulta e afecta a vida pessoal e profissional”. “É importante que a família seja informada sobre a doença e saiba que o risco de suicídio aumenta no primeiro mês de tratamento”, alerta a psiquiatra, explicando que a pessoa não tem capacidade para sair da depressão sozinha e necessita de cuidados médicos.
O psiquiatra Manuel Jara lembra por seu lado que “a depressão é a doença psiquiátrica mais frequente" e há estudos epidemiológicos que sugerem que a incidência da doença está a crescer.
Além disso, recorda Jara, é "a maior causa de suicídio”. “Dois terços das pessoas que se suicidam têm sentimentos depressivos ou depressões”, sustenta, adiantando que “as mulheres suicidam-se menos que os homens - apesar de terem mais depressões -, mas fazem mais tentativas”.