Autor: Lusa/AO Online
“Para nos certificarmos de que os procedimentos instituídos são adequados a cumprir a missão pretendida, a única forma razoável é fazer o exercício que congregue essas audiências de treino a trabalhar durante uma semana num local que será a nossa área de operações se houver um acidente de grande dimensão”, afirmou, em declarações à Lusa, o comandante da Zona Aérea dos Açores, major-general António Moldão.
Desde 2015, o exercício ASAREX é realizado anualmente nos Açores, com coordenação alternada entre o Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo (MRCC) de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, e o Centro de Coordenação de Busca e Salvamento (RCC) das Lajes, na ilha Terceira.
Este ano, o exercício parte da Base Aérea n.º 4, nas Lajes, e envolve meios aéreos de três países.
De Espanha, chegam um Super Puma das Canárias e um C-235 de Madrid, e do Canadá um C-295.
Além dos meios afetos à BA4, nas Lajes, o exercício envolve também um C-130 da Base Aérea número 6, do Montijo, e um P3 Cup, avião de longo alcance, da Força Aérea Portuguesa.
Entre militares de Espanha e Canadá, militares portugueses e norte-americanos da Base das Lajes, militares da Marinha Portuguesa e operacionais de outras entidades, estarão envolvidas diretamente no exercício “entre 350 a 400 pessoas”.
Segundo António Moldão, Portugal “tem uma área de responsabilidade muito vasta”, fazendo fronteira com oito países, por isso é importante envolver entidades desses países neste exercício.
O objetivo é testar a “coordenação dos meios de busca e salvamento se houver necessidade de fazer uma intervenção mais musculada, decorrente de um acidente grave com uma aeronave ou com um navio, que obrigue à colaboração de países amigos e vizinhos”.
“Tendencialmente, os procedimentos que temos instituídos são sólidos e vão permitir resolver as situações que temos identificadas, mas eventualmente poderão surgir oportunidades de melhoria e elas serão introduzidas”, apontou o comandante.
Durante uma semana serão testados cenários de busca e salvamento à noite, com o avião canadiano C-295, e cenários de resgate em alta altitude, na ilha do Pico, com o helicóptero das Canárias.
Estão ainda previstas missões de busca e salvamento no mar, que vão envolver também os meios navais da Marinha portuguesa, e simulacros de acidentes aéreos, com multivítimas, para treinar a coordenação com a Proteção Civil e outras entidades dos Açores.
“Os cenários foram construídos para ir ao encontro das necessidades de treino da missão primária de cada uma das unidades de busca e salvamento envolvidas”, explicou António Moldão.
Para o comandante da Zona Aérea dos Açores, “a relevância estratégica do arquipélago prende-se com a geografia e ela é imutável”.
“É fundamental para Portugal ter uma presença robusta da Força Aérea no arquipélago e é isso que temos estado a fazer e vamos continuar a fazer”, frisou.
Independentemente da importância geoestratégica que a Base das Lajes possa ter para países estrangeiros, o arquipélago é estratégico, em primeiro lugar, para Portugal, defendeu António Moldão.
“Somos responsáveis primários pela busca e salvamento, mas somos também uma entidade essencial para o transporte de doentes entre ilhas e para o continente. Quando alguém precisa de ser extraído do mar com rapidez, só há uma hipótese de o fazer: é ir lá um helicóptero”, reforçou.
Além de Força Aérea e Marinha, participam ainda no exercício GNR, PSP, Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, Bombeiros da Madalena, da ilha do Pico, Atlânticoline, Escola do Mar dos Açores e Mutualista Açoreana.
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