Autor: Lusa/AO Online
"É com grande sentido de missão e orgulho que hoje damos início oficial à operação da Central de Valorização Energética da Ilha de São Miguel, uma infraestrutura que simboliza, de forma inequívoca, a transição dos Açores para um modelo de desenvolvimento ainda mais sustentável, mais circular e mais resiliente, apesar do entendimento crítico de alguns aos longo dos últimos anos", disse José Manuel Bolieiro.
O chefe do executivo açoriano falava na inauguração da Central de Valorização Energética, localizada no Ecoparque de São Miguel, da empresa MUSAMI - Operações Municipais do Ambiente.
O presidente do Governo Regional considerou tratar-se de "um momento histórico" para São Miguel, para os autarcas da ilha, para a cidadania, para o ambiente, para a valorização energética e para os Açores.
"Houve muita controvérsia que teve muito de exagero, mas também de utilidade, porque ajudou à perceção mais rigorosa e ajudou ao repensar do projeto e envolveu muito mais decisores do que na fase inicial" do projeto, assinalou José Manuel Bolieiro, salientando que a inauguração "marca anos de planeamento, investimento e compromisso" por "uma causa maior, o futuro ambiental da região".
Segundo o governante, "o investimento obteve uma comparticipação comunitária no valor de 68 milhões de euros, foram contraídos financiamentos bancários, no valor de 27 milhões de euros, de longo prazo, tendo o restante investimento sido assegurado por fundos próprios dos municípios da ilha de São Miguel e consórcios da MUSAMI".
A nova central, juntamente com as unidades, já em funcionamento, de tratamento mecânico e tratamento biológico, "permite-nos cumprir integralmente as metas europeias para 2025", evidenciou.
"É resultado de uma estratégia clara e determinada definida pela região há vários anos. Mas, agora, reforçada e atualizada pelo Governo dos Açores, com base no Programa Estratégico de Prevenção e Gestão de Resíduos dos Açores, aprovado em 2023, que inclui mais de 60 medidas, a implementar até 2030, que tem vindo a ser concretizada com seriedade, ambição e resultados", disse.
No seu discurso, José Manuel Bolieiro adiantou que, "entre 2021 e 2023, a reciclagem nos Açores cresceu cerca de 17%, atingindo uma taxa de preparação para a reutilização e reciclagem de 36,4% em 2023" e, segundo dados preliminares já disponíveis, "48%, em 2024".
"A meta dos 55% para 2025 está assim praticamente alcançada. Aliás, já foi atingida na ilha de São Miguel", indicou o chefe do executivo açoriano.
Por outro lado, "o desvio de resíduos de aterro melhorou significativamente, passando de 40% em 2023 para 24% em 2024", uma evolução que "foi impulsionada pela entrada em funcionamento dos centros de tratamento mecânico e biológico, especialmente o do Ecoparque de São Miguel", acrescentou.
José Manuel Bolieiro disse ainda que "nada disto seria possível sem uma visão de futuro partilhada entre Governo, municípios, os operadores de resíduos e a sociedade civil".
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