Autor: Lusa/AO Online
A Meca do cinema aderiu deste modo à campanha de Barack Obama para pôr em marcha um sistema público de saúde que dê cobertura a todos os norte-americanos, um intervencionismo que colide com a cultura de um país tradicionalmente contrário a favorecer o sector público.
Em tom dramático e com rosto sério, Ferrell e Hamm, acompanhados, entre outros, por Olivia Wilde ("Alpha Dog, 2006), Masi Oka (série "Heroes") e Linda Cardellini ("O segredo de Brokeback Mountain", 2005), apelaram com ironia aos espectadores para que favoreçam o enriquecimento dos executivos das seguradoras.
"Os executivos das seguradoras têm o direito de realizar o seu sonho americano", disse Ferrell, precisando que esse sonho inclui "cinco casas, um avião privado, 500 milhões de dólares no bolso e e um mini-zoo no jardim das traseiras".
"Temos de recordar quais são as vítimas reais - os executivos das seguradoras. Estes grandes homens de negócios são heróis dos Estados Unidos", ouve-se ainda, no mesmo tom sarcástico, no vídeo, disponível em funnyordie.com.
Pergunta Ferrell: "Por que é que Obama procura reformar o sistema sanitário quando as seguradores estão a trabalhar tão bem, ganhando milhares de milhões de dólares?".
Os actores levam esta argumentação até ao ponto de darem razão às companhias de seguros que recusam uma intervenção cirúrgica a quem se engane no preenchimento de um formulário.
"As seguradoras precisam do nosso apoio", ouve-se noutro ponto do vídeo, com Jon Hamm a dizer, em fingido tom de desprezo, que apenas "80 por centro dos norte-americanos apoiam um plano público de seguro sanitário".
O vídeo, no qual também intervêm Thomas Lennon ("Hancock", 2008), Robert Ben Garant ("Night at the Museum 2", 2009), Jordana Spiro ("Must Love Dogs", 2005) e Donald Faison ("Remember the Titans", 2000), termina com um apelo à população para que se junte a eles para "proteger as receitas das seguras aseguradoras".
Lennon completa o apelo dizendo "não estou a ser sarcástico para nada" e aparece em seguida no ecrã um texto em que se pede aos espectadores que escrevam ao Congresso dos Estados Unidos a defender uma forte opção pública de seguro sanitario.