Autor: André Medina
Uma nova época desportiva, mas os mesmos objetivos de sempre. É com esta postura que o União Sportiva encara mais uma participação - a 12.ª consecutiva - na Liga feminina de basquetebol, prova que se inicia este sábado (4 de outubro).
Habituado a estar envolvido em todos os momentos decisivos - o “Sportiva” é, a par do GDESSA, o terceiro clube com mais campeonatos conquistados (três) -, Ricardo Botelho, treinador das “verdes” de Ponta Delgada, afirma que o objetivo é apresentar uma equipa “competitiva” e capaz de lutar pelos três títulos nacionais.
“Os objetivos são sempre os mesmos: tentar construir uma equipa que consiga ser competitiva jogo a jogo e que possa chegar aos momentos decisivos para ter uma palavra a dizer na conquista dos títulos”, começou por dizer o técnico de 57 anos ao Açoriano Oriental, lamentando a “falta de apoios por parte da Região”.
“Sabemos que cada ano que passa é mais
difícil alcançar estes objetivos, porque os apoios da região não
aumentam há mais de 15 anos. Começamos a ter muitos problemas em
recrutar jogadoras, mas eu penso que este ano vamos conseguir ter uma
equipa competitiva e ver se conseguimos alcançar algum dos três títulos
que estão em jogo”, frisou.
Não obstante, o treinador açoriano reconhece que o nível da Liga tem crescido muito e, este ano, vê “12 equipas muito fortes”.
“Acho que este será o ano mais difícil. Olhamos para lá [a tabela classificativa] e vemos 12 equipas muito fortes. Não é fácil identificar quais são as candidatas à descida e este ano vejo mais candidatos ao título do que o habitual”, confessou Botelho, que destacou a qualidade das equipas da Quinta dos Lombos, vencedor da Supertaça (vitória por 67-55 sobre o Benfica), e do recém-promovido Sporting, que derrotou as açorianas (77-72) na final do torneio de pré-época promovido pela Sanjoanense.
Depois de um ano “atípico”, devidoàs muitas lesões (de longa duração), o União Sportiva “segurou” algumas das principais figuras, como Monique Pereira e Leonor Serralheiro, introduzindo cinco “caras novas”, que prometem lutar por um lugar no “cinco” inicial.
“Posso dizer que a nossa equipa este ano é mais forte do que aquela que acabou o ano passado. As jogadoras que contratámos este ano trazem muita qualidade. Conseguimos trazer a Bella Nascimento, que é uma jogadora que tem uma grande capacidade de tiro. Fomos buscar uma jogadora checa [Michaela Gaislerová], que também tem uma grande capacidade de tiro. Fomos buscar a Ana [Paz] e a Genesis [Riviera], todas elas com grandes habilidades físicas”, explicou Ricardo Botelho, que quer um União Sportiva a “defender muito bem” e a “pressionar a campo inteiro, conseguindo jogar rápido”.
Além das competições nacionais, o UniãoSportiva irá também participar uma vez mais na EuroCup feminina, um“pau de dois bicos” que, apesar do sorteio “pouco amigo”, poderá ser “benéfico” para o conjunto açoriano.
“Lógico que entrar nas competições europeias pode significar, por um lado, uma carga excessiva de jogos, mas, por outro, é uma experiência. Ver outras realidades e outro basquetebol. Apesar de ser uma grande carga, achamos que é sempre benéfico participar nesta competição”, reiterou o técnico, que não escondeu o desejo de “tentar fazer alguma surpresa”.
“Vão ser todos jogos extremamente difíceis, mas também é importante ter estes jogos e encará-los com muita concentração. Temos de ser competitivos até o mais perto do fim possível, para ver se conseguimos fazer alguma surpresa”, concluiu.
A estreia do União Sportiva na Liga está marcada para este
sábado, no Pavilhão Sidónio Serpa, onde as “verdes” de Ponta Delgada
recebem, às 18h30, o Basquete Barcelos.