Açoriano Oriental
UAc alerta para impacto das novas regras de acesso

Universidade dos Açores diz que alterações no acesso ao ensino superior estão a penalizar estudantes do interior, Madeira e Açores, a aumentar o risco de despovoamento estudantil e a ameaçar à sustentabilidade das instituições. Um terço das vagas disponibilizadas ficou por preencher na academia açoriana

UAc alerta para impacto das novas regras de acesso

Autor: Maria Andrade

Os resultados da primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior de 2025 estão a levantar fortes preocupações, sobretudo nas regiões com menor densidade populacional e níveis socioeconómicos mais baixos, como o interior do país, a Madeira e os Açores.

Através de um comunicado enviado às redações, a Universidade dos Açores, que viu um terço das vagas por ocupar, alerta para os efeitos negativos das recentes alterações introduzidas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que obrigam os candidatos a realizar um número maior de provas de ingresso e aumentam o peso dos exames nacionais na média final de candidatura.

Segundo a instituição, estas mudanças “criaram um cenário mais excludente e desfavorável para muitos estudantes, indo ao arrepio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) (...)”, dificultando o acesso ao ensino superior precisamente nas regiões onde este desempenha um papel crucial na fixação da população jovem e no combate às assimetrias territoriais.

Entre os riscos apontados está o despovoamento estudantil, a crescente centralização do sistema de ensino superior e a fragilização de instituições situadas em contextos periféricos, cuja sustentabilidade pode ficar comprometida. Para a Universidade dos Açores, está em causa não apenas a igualdade de oportunidades, mas também o papel da educação como verdadeiro elevador social.

A Universidade dos Açores registou este ano uma taxa de colocação de 66% na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso, com 421 estudantes admitidos para 650 vagas. A grande maioria (96%) escolheu a instituição como primeira opção, o que reforça a confiança dos candidatos na academia açoriana.

Sete cursos esgotaram as vagas na primeira fase, havendo 15 licenciaturas que vão ter 229 vagas disponíveis para a segunda fase do concurso nacional.

Gestão destacou-se com a nota de candidatura mais alta, 19,43 valores, enquanto o Ciclo Básico de Medicina registou a nota do último colocado mais elevada, 17,62 valores, no contingente geral.


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