Açoriano Oriental
"Terra Sonâmbula", de Teresa Prata, elogiado no New York Times
A primeira longa-metragem da realizadora portuguesa Teresa Prata, “Terra Sonâmbula”, exibida esta semana em Nova Iorque, foi descrita pelo jornal New York Times como um "retrato comovedor" criado por uma "talentosa contadora de histórias".

Autor: Lusa/AO Online
    Baseado no romance homónimo de Mia Couto, o filme abriu a mostra de cinema Global Lens 2009, no Museu of Modern Art de Nova Iorque (MOMA) a 14 de Janeiro, e o periódico novaiorquino publicou nesse dia uma crítica assinada por Nathan Lee.

    A longa-metragem de Teresa Prata conta a história de Muidinga, um menino moçambicano que procura a família em plena guerra civil, e tem apenas dois actores profissionais no elenco.

    Na crítica do New York Times, o filme é descrito como "um retrato comovedor da vida durante os tempos de guerra", e Teresa Prata é vista como uma "contadora de histórias talentosa com uma visão clara, não sentimental, que consegue obter um equilíbrio entre o horror de grande dimensão, e uma situação em menor escala, carregada de sentimentos simples e directos".

    Ainda segundo a crítica, a realizadora "consegue, com habilidade, interligar a narrativa do momento presente com a história do diário" do menino.

    O filme está a ser exibido entre uma dezena de películas neste evento cinematográfico que decorrerá no MOMA até 31 de Janeiro, e seguirá depois para outras 35 cidades norte-americanas, onde será exibido com distribuição da The Global Film Iniciative.

    Este ano em sexta edição, o Global Lens é uma iniciativa conjunta do The Global Film Iniciative e do MOMA, organizado pela curadora Jytte Jensen, responsável pela área de cinema do museu novaiorquino.

    O objectivo desta mostra, que inclui ainda filmes oriundos do Cazaquistão, Marrocos, Irão e Macedónia, entre outros, é encorajar o cinema em países com comunidades cinematográficas em desenvolvimento.

    O elenco de "Terra Sonâmbula" tem como actores profissionais a moçambicana Ana Magaia e a portuguesa Laura Soveral.

    Os restantes actores, incluindo o menino de 12 anos que protagoniza Muidinga (Niko Lauro Teresa), são amadores que responderam a anúncios colocados pela realizadora em jornais e na televisão moçambicanos.

    A realizadora, que passou a infância em Moçambique e a adolescência no Brasil, leu o livro de Mia Couto quando estudava em Berlim, onde reside actualmente, e achou a história "maravilhosa e fantástica", decidindo passá-la ao cinema, com o consentimento do escritor, que quando visionou a longa-metragem gostou da adaptação feita.

    A cineasta, formada em argumento e realização pela Deutsche Film und Fernsehakademie Berlin (Academia de Cinema e Televisão de Berlim), é também autora das curtas-metragens "Uma Questão de Vida ou Morte" (1994), "Mil Olhos, O Sonhador do Oeste"(1996), "Leopoldo" (1999) e "Partem tão Tristes, os Tristes" (1999).

    Estreada em Portugal em 2008 no Festival de Cinema IndieLisboa, "Terra Sonâmbula", é uma co-produção portuguesa (Filmes do Fundo), alemã (ZDF/ARTE), e moçambicana (ÉbanoMultimédia), com o apoio do Ministério da Cultura, através do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), da RTP, e do Instituto Camões.

    Depois da estreia na Europa, a longa-metragem já foi galardoada nos festivais de Kerala (prémio FIPRESCI, Federação Internacional de Críticos de Cinema), Pune (prémio de melhor realizador), Famafest (prémio da Lusofonia), Milão (prémio SIGNIS) e Indie Lisboa deste ano (prémio do público e menção honrosa da Amnistia Internacional).
PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados

Este site utiliza cookies: ao navegar no site está a consentir a sua utilização.
Consulte os termos e condições de utilização e a política de privacidade do site do Açoriano Oriental.