Autor: Lusa/AO Online
Em comunicado, o deputado socialista Mário Tomé refere que o executivo açoriano deve considerar “o fretamento de um navio para armazenamento e congelação de pescado, funcionando como entreposto flutuante nos portos açorianos até à normalização da situação em terra”.
“Trata-se de uma solução que não deve ser descurada, uma vez que navios desta natureza, que operam em diversos mercados internacionais, já operaram nos Açores e podem ser fretados temporariamente”, disse o socialista.
O deputado da oposição afirma que esta solução “deve ser articulada com a indústria conserveira e com as entidades representativas dos pescadores, garantindo que responde de forma eficaz às necessidades do setor".
Para o parlamentar da oposição, “é inaceitável que, em plena safra do atum, o Governo Regional dos Açores continue sem apresentar qualquer solução para responder à falta de capacidade de congelação”, acusando o executivo açoriano de “se limitar a gerir descargas e a condicionar a atividade piscatória”.
A Lotaçor, que gere as lotas dos Açores, considerou que a falta de espaço nos entrepostos frigoríficos se deve à “safra abundante” e à falta de capacidade de resposta das conserveiras, rejeitando ser a causa do constrangimento.
Num comunicado publicado nas redes sociais, a Lotaçor afirma que a “falta de espaço de armazenagem de pescado nos entrepostos frigoríficos” do arquipélago se deve a uma safra que deve ser a “melhor dos últimos 10 anos”.
A empresa pública justifica ainda a situação com a “capacidade de laboração das conserveiras, que é muito inferior ao volume das descargas que se têm verificado em 2025”.
O secretário regional do Mar e das Pescas dos Açores, Mário Rui Pinho, já havia declinado responsabilidades do Governo Regional em encontrar soluções para o armazenamento de todo o atum que tem sido capturado no mar dos Açores.
“Eu fico muito contente de saber que temos os entrepostos frigoríficos dos Açores cheios! Não tendo capacidade, neste momento, para armazenar mais, só nos resta pedir aos empresários que façam a concertação do que fazer neste momento, porque o Governo não tem mais capacidade de dar resposta”, admitiu o governante, em declarações aos jornalistas, na cidade da Horta.