Autor: Lusa/AO Online
A embaixadora Helena Paiva, que visitou os portugueses, “pôde confirmar que todos se encontravam bem de saúde apesar das condições difíceis e duras à chegada ao porto de Ashdod e no centro de detenção”, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), numa nota enviada à Lusa.
“Não foram sujeitos a violência física, não obstante queixas várias - queixas estas que levaram a um protesto imediato por parte da embaixadora de Portugal em Israel”, segundo o Palácio das Necessidades.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves estão entre os mais de 450 participantes da missão humanitária detidos pelas forças israelitas, que intercetaram entre quarta e quinta-feira as cerca de 50 embarcações que integravam a flotilha.
Os quatro portugueses, adiantou a mesma nota, aceitaram ser “deportados de forma voluntária e de imediato” e foram informados que as autoridades israelitas os colocarão “nos primeiros voos disponíveis destinados à Europa, a expensas do Governo israelita, podendo sofrer atrasos devido aos feriados israelitas do SUKKOT”.
Neste processo, “serão acompanhados por um funcionário do MNE”, acrescentou o ministério tutelado por Paulo Rangel.
Durante a visita da embaixadora e do cônsul, os quatro cidadãos nacionais “foram informados dos seus direitos e da total disponibilidade da embaixada para os apoiar no que for necessário”, referiu ainda o MNE.
A nota do Governo português não indica em que local se encontram os detidos, mas, em declarações ao canal português CNN, o embaixador israelita em Lisboa, Oren Rozenblat, disse que os detidos estão numa prisão no deserto de Neguev, no sul de Israel.
“A situação é boa e estão em segurança e com saúde”, indicou.
O diplomata israelita também revelou que os portugueses manifestaram a sua intenção de serem deportados, tendo assinado um documento nesse sentido, pelo que “não vão ser presentes a um juiz”.
“Sairão em breve”, disse ainda, sem especificar a data.
As forças israelitas intercetaram na noite de quarta-feira para quinta-feira a Flotilha Global Sumud, com cerca de 50 embarcações, que se dirigia à Faixa de Gaza para entregar ajuda humanitária.
A flotilha, que juntou políticos e ativistas de vários países, partiu de Espanha no início de setembro com o objetivo de quebrar o bloqueio israelita à Faixa de Gaza, assumindo-se como uma “missão de ajuda humanitária pacífica e não violenta”.