Autor: Lusa/AO Online
“Custa-me dizer desta forma, mas é o culminar de um conjunto de incompetências e de incapacidade do Governo Regional de cumprir mais cedo, mais atempadamente, tudo aquilo que estava programado quer do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], quer do PO2030 [Programa Operacional]”, afirmou Nuno Barata.
O deputado liberal falava na sede da Presidência, em Ponta Delgada, após uma reunião com o líder do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, que está a receber os partidos e parceiros sociais a propósito da elaboração do Plano e Orçamento para 2026.
Nuno Barata considerou que a prioridade do Governo Regional em executar os fundos europeus em 2026 vai obrigar a que “todo o esforço financeiro, físico e empresarial” da região seja feito num “único ano”.
“Não se fez o trabalho a tempo e a horas. É mais ou menos como aquele mau aluno que deixa para a última hora, do último dia, no intervalo antes da última aula, para fazer o trabalho de casa”, comparou.
O parlamentar da IL mostrou preocupação com o aumento do endividamento da região e adiantou que a dívida pública vai ser acrescida de 150 milhões de euros.
“São mais 150 milhões de euros para a nossa responsabilidade intergeracional, ou seja, são mais 150 milhões de euros para os jovens, que serão homens de trabalho daqui a meia dúzia anos, começarem a pagar”, condenou.
Nuno Barata disse ainda que o partido vai esperar pelos documentos para reunir os órgãos internos e decidir o sentido de voto.
A discussão e votação do Plano e Orçamento dos Açores para 2026 vai acontecer em novembro na Assembleia Legislativa Regional.
O Plano e Orçamento da região para 2025 foram aprovados em novembro de 2024 com os votos a favor do Chega e dos partidos da coligação do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), tendo PS, BE, IL e PAN votado contra.
O executivo saído das eleições legislativas antecipadas de 04 de fevereiro de 2024 governa a região sem maioria absoluta no parlamento açoriano e, por isso, necessita do apoio de outros partidos com assento parlamentar para aprovar as suas propostas.
PSD, CDS-PP e PPM elegeram 26 deputados, ficando a três da maioria absoluta. O PS é a segunda força no arquipélago, com 23 mandatos, seguido do Chega, com cinco. BE, IL e PAN elegeram um deputado regional cada, completando os 57 eleitos.