Autor: Lusa/AO Online
O diretor do gabinete de imprensa da Casa Branca, Steven Cheung, transmitiu essa posição ao The Wall Street Journal, CNN e The New York Times, após estes meios de comunicação social terem noticiado que Do0nald Trump foi informado desde maio por funcionários do Departamento de Justiça de que o seu nome surgia repetidamente na documentação do caso contra o empresário, acusado de tráfico sexual e pedofilia, que morreu na prisão em 2019.
Citando altos funcionários da administração republicana, o The Wall Street Journal foi o primeiro dos três meios a revelar, quinta-feira, que a procuradora-geral, Pam Bondi, e o seu adjunto, Todd Blanche, comunicaram a Trump que o seu nome figurava entre os documentos, juntamente com os de outras figuras conhecidas, durante uma “sessão informativa de rotina”, na qual esse tema não era o foco principal.
“Esta é mais uma história falsa, tal como a anterior publicada pelo The Wall Street Journal”, disse Cheung ao jornal, referindo-se de forma velada à carta com conteúdo “obsceno” que Trump terá enviado a Epstein nos tempos em que ambos mantinham uma amizade, e que foi publicada na semana passada pelo mesmo jornal.
O Presidente norte-americano negou categoricamente a autenticidade da carta e avançou com um processo judicial contra a publicação.
“Isto não passa da continuação de histórias falsas inventadas pelos democratas e pelos meios de comunicação liberais, como o 'escândalo Obama-Russiagate', sobre o qual o Presidente Trump tinha razão”, referiu Cheung mas já à CNN, numa alusão às acusações feitas pelo chefe de Estado e por alguns elementos da sua equipa de que o ex-Presidente democrata Barack Obama terá interferido nas eleições.
Quinta-feira, o The Wall Street Journal publicou que Trump fora informado em maio por funcionários do Departamento de Justiça que o seu nome aparece "várias vezes" nos arquivos do caso contra o pedófilo Jeffrey Epstein.
Trump, que tem estado sob pressão dos seus apoiantes para cumprir a promessa de divulgar toda a informação sobre o caso, negou na semana passada que tivesse informado sobre a presença do seu nome nos arquivos.
As autoridades do Departamento de Justiça (DOJ) terão ainda informado Trump de que não planeavam divulgar mais detalhes sobre o caso, depois de confirmarem, no início deste mês, que não havia provas da existência de uma "lista de clientes" chantageados pelo magnata, além de confirmarem que a morte do pedófilo numa prisão federal em 2019 resultou de suicídio.
A divulgação pública destas conclusões pelo Departamento Federal de Investigação (FBI) e o DOJ levou a uma crise inesperada entre os membros do movimento MAGA ("Make America Great Again", "Tornar a América Grande de Novo") de Trump.
Os apoiantes do Presidente manifestaram insatisfação com o Governo republicano, que tinha prometido durante a campanha eleitoral divulgar a lista de clientes, uma alegada agenda dos cúmplices de Epstein, que inclui celebridades e políticos influentes e tem sido o foco de várias teorias da conspiração.
Sob pressão de segmentos conspiracionistas da sua base política para divulgar mais informações sobre o caso Epstein, criminoso sexual com quem manteve relações próximas durante décadas, Trump negou o conhecimento ou o envolvimento nos crimes de Epstein e disse que terminou a amizade há anos.
Na terça-feira, Trump evitou na Casa Branca questões sobre a decisão do Departamento de Justiça de questionar a ex-namorada de Jeffrey Epstein, Ghislaine Maxwell, que foi condenada por ajudar o milionário a abusar sexualmente de raparigas menores de idade e cumpre agora uma longa pena de prisão.