Açoriano Oriental
“A federação (FPF) tem de dar muito mais aos Açores”

Nuno Lobo, candidato à presidência da Federação Portuguesa de Futebol

“A federação (FPF) tem de dar muito mais aos Açores”

Autor: Arthur Melo

Depois de um périplo pelo país, o Nuno Lobo está nos Açores. A que se deveu esta visita?

Esta foi uma das últimas visitas que faço no âmbito da campanha eleitoral. Estamos a poucos dias do ato eleitoral e naquilo que é o meu compromisso com todos os 84 delegados, com todos os sócios ordinários da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), vim visitar um território que tem três associações, que tem cinco delegados das associações e um delegado do futebol profissional, vim reunir no sentido de apresentar o meu programa eleitoral e a minha equipa. 

Nos Açores estou a jogar em casa porque todas as três associações são subscritoras da minha candidatura, todos os delegados das associações são subscritores da minha candidatura e aqui é um dos territórios que apoiam esta minha candidatura à presidência da FPF, mas obviamente não deixei de vir aqui como prometido a estes 84 delegados e aqui estou. Reunimos, debatemos ideias, analisamos diversos pontos daquilo que é o programa de governo para os próximos quatro anos da FPF e foi uma reunião onde estivemos na sede da Associação de Futebol de Ponta Delgada, presidida pelo Robert Câmara.

O que é que a FPF poderá dar aos Açores e o que é que os Açores também podem dar à FPF com Nuno Lobo como presidente?

Acho que a federação tem de dar muito mais aos Açores do que os Açores à FPF. A FPF tem de fazer este reconhecimento de todos aqueles que fazem do futebol açoriano um futebol de referência a nível nacional e o meu compromisso, a minha promessa é essa mesma: no meu programa eleitoral quero, sobretudo, descentralizar a federação. 

Descentralizar a federação é levar a Cidade do Futebol, é levar a direção da FPF a todos os cantos do país e, sobretudo, às regiões insulares, não só aos Açores, como também à Madeira. A minha promessa é que irei, tal como fiz nos últimos 13 anos enquanto presidente da Associação de Futebol de Lisboa (AFL), olhar para estes territórios que devido às suas especificidades, têm mais dificuldades e mais necessidades que os clubes do continente e por isso vim aqui dizer isso, sem rodeios e sem qualquer problema: serei uma voz intransigente na defesa dos interesses dos clubes dos Açores, designadamente nos problemas que os afetam desde sempre. 

As deslocações, os quadros competitivos, tudo aquilo que envolve o dia a dia de um clube insular. Portanto, o que venho prometer é aquilo que sinto que é necessário: mais apoio financeiro ao tecido associativo, para que o tecido associativo possa apoiar cada vez mais os clubes amadores e, porque não, os profissionais que, neste caso, é só um que está sediado na ilha de São Miguel.

Também não queria deixar de dizer algo que vim dizer a estes três presidentes de associações e aos delegados que representam as associações que para além daquilo que é o apoio efetivo que quero dar, não só financeiro, mas também estrutural e organizacional às associações dos Açores, vim lhes prometer que durante os próximos quatro anos voltarão as seleções nacionais de futsal e de futebol, à exceção, claro está, da seleção A – por enquanto e por uma questão de licenciamento –, aos campos e aos pavilhões dos Açores. Vim também prometer que nos próximos quatro anos a Supertaça Cândido de Oliveira vai realizar-se no território açoriano.

Tendo estado à frente de uma associação de futebol há mais de uma década, sente-se a pessoa mais capaz para, efetivamente, dar voz às várias associações do país que, no seu todo, são a verdadeira força da FPF?

Sim e por dois motivos essenciais. Primeiro, enquanto presidente da AFL bebi daquilo que são as exigências das reivindicações dos meus colegas de associações ditas mais pequenas e médias. Segundo, porque apesar de ter sido presidente de uma grande associação, sempre fui a favor de um igualitarismo das associações, ou seja, defendo que cada associação, independentemente da sua grandeza ou da sua dimensão, tenha o mesmo peso não só eleitoral, como desportivo, na FPF. Sou um dos principais precursores que cada associação tenha um representante nas provas nacionais, não só de futebol como no futsal. E estou ainda mais à vontade para isso, porque venho de uma associação grande e sei aquilo que defendi ao longo dos últimos 13 anos. Não venho defender agora, em tempo de eleições, apenas como os outros o fazem, designadamente o meu opositor, mas sim venho materializar aquilo que é uma preocupação e uma reivindicação também minha em prol das associações ditas mais pequenas e médias. E aqui estão as três associações açorianas.

O Nuno Lobo construiu uma lista onde quase fez questão de contar com a representatividade total do país na sua candidatura. Esta é uma imagem de marca que pretende deixar bem vincada nestas eleições?

Sim. Desde 1914, que é a data da fundação da FPF, nunca houve uma direção com a abrangência nacional como aquela que agora apresento aos 84 delegados nestas eleições. Temos na lista candidatos à direção e aos outros órgãos – mas vou focar-me mais na lista da direção –, os presidentes de associações representativas daquelas que são as cinco regiões territoriais do país: Madeira, Açores, o sul, o centro e o norte. E cada uma destas regiões é precisamente representada na minha direção por um presidente de uma associação: um da Madeira, um dos Açores, um do sul, um do centro e um do norte. E por isso é uma lista que responde a essa pergunta: sim, é uma lista que nunca houve e que tem esta abrangência nacional. Este é um sinal muito claro que também quero dar aquilo que é todo o edifício associativo e futebolístico em Portugal.

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