Autor: Lusa
“Preparámos a base para as garantias de segurança que a Europa está disposta a oferecer, contando que os Estados Unidos se juntem”, disse Zelensky num encontro com jornalistas, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.
Zelensky, que tem prevista uma reunião com Trump à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidos, pretende obter garantias de segurança para a Ucrânia após a guerra com a Rússia, iniciada por Moscovo em fevereiro de 2022.
Mais de 20 países europeus indicaram que participarão nas garantias de segurança à Ucrânia, que podem ir desde a adesão à União Europeia (UE) ao envio de uma força militar para o país.
O chefe de Estado ucraniano recordou a reunião entre Trump e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, realizada esta semana, na qual também foi abordada a questão das garantias de segurança.
Zelensky disse que vai participar em várias reuniões bilaterais em Nova Iorque e que espera receber sinais de apoio de todos os aliados, incluindo Washington.
Segundo o Presidente, Kiev e os parceiros estão perto de concluir um acordo para definir as garantias necessárias para evitar uma nova invasão russa.
No início de setembro, 26 aliados da Ucrânia, sobretudo europeus, comprometeram-se a oferecer garantias de segurança quando o conflito terminar.
Alguns países condicionaram, porém, o envio de tropas após a guerra a um compromisso firme dos Estados Unidos, nomeadamente ao fornecimento de cobertura aérea.
Trump excluiu a possibilidade de enviar tropas para a Ucrânia, enquanto o Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou não aceitar a presença de forças estrangeiras no território ucraniano.
Além das garantias de segurança, Zelensky deverá discutir em Nova Iorque questões económicas e humanitárias.
Zelensky destacou o comércio, a tecnologia, a defesa e o “acordo dos minerais”, assinado com Washington, que garante acesso privilegiado dos Estados Unidos a recursos naturais ucranianos em troca de investimentos para a recuperação económica do país.
À margem da Assembleia-Geral vai decorrer uma cimeira dedicada ao regresso de milhares de menores ucranianos transferidos para a Rússia desde o início da invasão, com a participação confirmada de 38 delegações de países e organizações internacionais.
Segundo Zelensky, está prevista uma reunião entre as primeiras-damas Olena Zelenska e Melania Trump, centrada na questão das crianças ucranianas.
Melania Trump ganhou recentemente popularidade na Ucrânia após ter enviado uma carta a Putin a propósito dos menores em território russo ou sob controlo de Moscovo.
Zelensky contará também com a participação de cerca de 30 delegações na reunião da Plataforma da Crimeia, iniciativa lançada por Kiev para reivindicar a devolução da península do mar Negro, anexada pela Rússia em 2014.
A anexação da Crimeia foi a primeira apropriação russa de território ucraniano desde que Kiev declarou a independência da União Soviética em 1991.
Depois da invasão de fevereiro de 2022, a Rússia declarou como anexadas as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia.
A Rússia ocupa cerca de 20% do território que a Ucrânia tinha em 1991.