Açoriano Oriental
Marinha
Nova embarcação de salvamento para a Capitania de Angra
O contra-almirante Mendes Calado alertou hoje “os que usam o mar” para a necessidade de “assumirem novas atitudes e comportamentos que ajudem a consolidar uma cultura de segurança”.
Nova embarcação de salvamento para a Capitania de Angra

Autor: Lusa/AO online

“Existem hábitos seculares, em particular na pesca, que, por vezes, não têm em conta os vários fatores de risco numa atividade que se desenvolve em ambiente adverso e perigoso, esquecendo-se, por exemplo, do colete de salvação”, acrescentou. Mendes Calado, comandante da Zona Marítima dos Açores, que acumula os cargos de chefe do Departamento Marítimo e de comandante regional da Polícia Marítima, falava em Angra do Heroísmo na cerimónia de bênção de uma nova embarcação salva-vidas. A nova embarcação foi batizada de “Mestre Griguilha”, mantendo o nome do anterior salva-vidas da Capitania de Angra do Heroísmo, um nome escolhido em 2007 pela comunidade piscatória local, para homenagear Francisco Pereira Ficher, um dos últimos baleeiros da ilha. Para Mendes Calado, “a nova embarcação representa um esforço financeiro em época de reconhecida contenção orçamental, que visa o reforço do dispositivo de salvamento marítimo, um dos pilares fundamentais dos órgãos da Autoridade Marítima Nacional”. Por seu turno, o capitão da Capitania do Porto de Angra do Heroísmo, Vieira Branco, disse que a nova embarcação “aumenta a capacidade do Estado em salvaguardar as vidas humanas no mar”. “A Marinha é o órgão de charneira do Sistema de Busca e Salvamento Marítimo cuja ação só será eficaz se conseguir congregar os esforços e meios de outras entidades como a Força Aérea, Proteção Civil, Cruz Vermelha, Administração Portuária, GNR e PSP”, lembrou o capitão do porto. Recordou ainda que Portugal tem “a responsabilidade internacional de assegurar a busca e o salvamento marítimo numa área com cerca de 63 vezes a superfície do território nacional e para isso a Marinha garante, em permanência, um serviço público de Busca e Salvamento Marítimo”. “A nível nacional são realizadas, em média, cerca de 1.000 ações por ano, que levam ao salvamento de cerca de mil vidas, o que se traduz numa taxa de sucesso que tem estado sempre acima dos 95% por cento”, revelou Vieira Branco. A embarcação que agora entrou ao serviço operacional tem 8,7 metros de comprimento, 3,2 metros de boca e está equipada com dois motores de 200 cavalos que permitem atingir uma velocidade máxima de 42 nós. Está dotada de modernos equipamentos de comunicação, carta eletrónica, radar, sonda, AIS e rádiogonomiometro e, por isso, a capacidade de busca de embarcações desaparecidas é substancialmente melhorada. No final da cerimónia foram realizados três exercícios de busca e salvamento com demonstração, a diferentes níveis, da recuperação de náufragos.

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