Açoriano Oriental
Mariana Cabral tece duras críticas aos responsáveis do Sporting

A treinadora açoriana que trabalha nos norte-americanos do Utah Royals, Mariana Cabral, recordou a sua passagem por Alvalade, tecendo duras críticas aos responsáveis do clube “leonino”

Mariana Cabral tece duras críticas aos responsáveis do Sporting

Autor: Arthur Melo

A treinadora micaelense Mariana Cabral, atualmente a trabalhar nos Estados Unidos da América, teceu duras críticas ao Sporting, clube do qual se demitiu em outubro de 2024.
Apesar de ter gostado das três épocas que defendeu o clube de Alvalade, a treinadora deixou críticas à forma como o clube geria o futebol feminino. 

“O Sporting podia ser muito melhor do que aquilo que é, só que há um problema grande em Portugal: as pessoas acham que nos estão a fazer um favor por terem uma equipa feminina. Quase que nos obrigam a estar gratas por ter uma equipa. Eu percebo que há pessoas que não se importam, mas eu não sou assim. Fazia-me muita confusão. E também foi por isso que acabei por me demitir, porque senti que não tinha mais vontade de dar a cara por algo em que já não acreditava”, afirmou Mariana Cabral  em declarações ao podcast da Rádio Renascença, “Olhá Bola, Maria”.  

Mariana Cabral é a atual treinadora adjunta do Utah Royals, o 13.º classificado da NWSL, campeonato feminino dos Estados Unidos da América e fazendo um paralelismo acerca das condições de trabalho entre os dois clubes, aponta diferenças abismais. 

“Temos dois relvados, os homens têm dois relvados também, são lado a lado. Partilhamos o mesmo refeitório, a mesma cantina, normalmente em horários diferentes, mas às vezes cruzamo-nos e estamos ao mesmo tempo. Achas que alguma vez em Portugal isto iria acontecer? Nunca. Em Portugal, já treinar em relvado era uma sorte...”, considerou. 

A açoriana, de 37 anos, continuou a apontar diferenças, destacando que quando chegou a Alvalade o clube não disponha das condições básicas para o desempenho das funções. 

“Quando entrámos no Sporting, nem gabinete para os treinadores tínhamos. Também não havia câmara, era emprestada. Não havia scouting na altura. Uma série de coisas que parece agora outro tempo. Claro que isso depois mudou, já não era assim, mas o processo teve de ser todo do zero. Tudo isso teve de ser construído, teve de ser feito por nós”, admitiu.

Recorde-se que Mariana Cabral conquistou, ao serviço da equipa principal feminina do Sporting,  uma Taça de Portugal e uma Supertaça Feminina, para além do título de campeã da II Divisão nacional.

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