Autor: Lusa/AO Online
Marcelo Rebelo de Sousa visitou o Okeanos - Instituto de Investigação em Ciências do Mar, na ilha do Faial, Açores, e, no final, em declarações aos jornalistas, apelou aos responsáveis políticos para que, “por razões de conjuntura”, não optem por medidas que “no imediato podem satisfazer o grupo A, B, C, D, E” e que “depois são lesivas daquilo que é o fundamental na preservação do ambiente”.
“Peço que não tomem medidas que desprotejam o mar, desprotejam as espécies, desprotejam aquilo que é o trabalho destes investigadores, desta Universidade dos Açores”, acrescentou o Presidente da República.
Marcelo enalteceu ainda a “liderança mundial” dos Açores em termos de investigação em “alguns domínios da preservação da biodiversidade do mar”, nomeadamente em mar profundo.
Ao longo da visita ao instituto da Universidade dos Açores, o Presidente da República, além de conhecer o trabalho desenvolvido pelas várias equipas de investigação, ouviu também relatos sobre a precariedade de grande parte dos investigadores que desenvolvem a sua atividade no Okeanos.
Sobre essa precariedade, no final da visita, Marcelo Rebelo de Sousa disse que era uma “questão muito complexa” em que se contrapõem as posições de algumas universidades, com investigadores com carreiras longas que “acabam por tapar vagas” novas, e as de quem investiga, que “dedicam a vida toda” à espera de um “laço estável, definitivo e estável”.
“Havia argumentos para um lado e argumentos para o outro. Tinha que se compatibilizar a justiça relativamente àqueles que dedicaram uma vida à investigação, e a justiça aos mais novos, que precisam de vagas para subir e que deparam, em muitos casos, com a falta de meios e a falta de lugares para poder investigar e vão-se embora. É esse equilíbrio que é fundamental, disse.
Marcelo disse que lhe foi explicado que na área que visitou no Insituto de Investigação em Ciências do Mar a “precariedade era de 80%”, um número que considerou “muito elevado” para “quem dedica a sua vida a projetos de ponta e fundamentais”.
Para o Presidente, este é um “desafio permanente” que o Governo enfrenta e “provavelmente o equilíbrio será nem uma rigidez total que limite a mudança de gerações” nem “uma falta de justiça relativamente a quem (...) deu anos de vida à investigação” e, em algumas situações, “chega precário ao limite de idade”.
O Presidente da República cumpre o segundo de quatro dias da visita aos Açores, com uma deslocação à ilha do Faial que será dedicada à investigação marinha e à importância geoestratégica do mar.
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