Açoriano Oriental
UAc vai estudar o impacto da RAMPA na pesca açoriana

Governo vai atribuir 30 mil euros à Universidade dos Açores para desenvolver um estudo para avaliação do impacto da implementação da Rede Regional de Áreas Marinhas Protegidas dos Açores (RAMPA) na frota de pesca açoriana

UAc vai estudar o impacto da RAMPA na pesca açoriana

Autor: Arthur Melo/Lusa

O Governo Regional dos Açores vai conceder, à Universidade dos Açores, um apoio financeiro no montante total de 30 mil euros, destinado a financiar as despesas de elaboração de um estudo para avaliação do impacto da implementação da Rede Regional de Áreas Marinhas Protegidas dos Açores (RAMPA) em 30% do mar do arquipélago na frota de pesca açoriana. 

O estudo, de acordo com uma portaria da Secretaria Regional do Mar e das Pescas publicada ontem em Jornal Oficial, também vai procurar determinar o tipo de “mecanismos potenciais de compensação por retração da atividade” piscatória, de forma a analisar a criação de eventuais apoios caso exista uma redução da pesca devido à nova rede de áreas marinhas.

O executivo açoriano reconhece que a nova RAMPA “carece de avaliação do seu impacto na atividade piscatória regional”, destacando a necessidade de existir uma “análise de dados de pesca para identificar potenciais impactos financeiros sobre a frota de pesca” na região.

O estudo surge na sequência da aprovação, em 17 de outubro de 2024, das alterações propostas pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) ao decreto legislativo que estrutura o Parque Marinho da região, estabelecendo a criação de áreas marinhas protegidas em 30% do mar do arquipélago.

A RAMPA foi aprovada, em outubro de 2024, com os votos a favor de PSD, CDS-PP, PPM, BE e PS, a abstenção do PAN e os votos contra do Chega e da IL. 

As alterações ao novo regime estão previstas entrar em vigor no final de setembro e estabelecem como Áreas Marinhas Protegidas 30% do mar dos Açores, abrangendo 287 mil quilómetros quadrados, sendo que metade desta área será totalmente protegida e a outra metade terá nível de proteção alta.

As áreas marinhas protegidas são amplamente reconhecidas como a ferramenta mais eficaz no esforço global para reverter a perda de biodiversidade e proteger o oceano dos impactos das alterações climáticas.

“Os Açores são conhecidos há muito tempo pela sua natureza oceânica única, e com esta decisão, estamos a liderar o caminho para um oceano produtivo e saudável. O mar é uma parte integrante da nossa identidade coletiva, sendo vital social, cultural e economicamente. Estamos comprometidos em proteger e recuperar o nosso oceano para apoiar uma economia azul saudável. A nossa decisão, através de um processo participativo baseado na ciência, que leva à proteção de 30% do Mar dos Açores, serve como exemplo para que outros estados consigam também garantir a saúde futura do planeta”, afirmou o presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, aquando da aprovação da RAMPA na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores na sessão plenária de outubro de 2024.

Compensação a 100%

Recorde-se que a ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, anunciou que o Governo da República vai compensar a 100% os pescadores açorianos pela quebra de rendimento devido à criação das áreas marinhas protegidas. 

“Vamos fazer o estudo de quanto é que isso representa e fazer uma compensação com o Fundo Ambiental”, afirmou a ministra, que sublinhou ainda que o “mecanismo será o mesmo” utilizado para a área marinha protegida da Pedra do Valado, no Algarve, que resultou numa compensação global aos pescadores de 1,2 milhões de euros.

Também o secretário de Estado das Pescas e do Mar, Salvador Malheiro, reiterou, no início do mês, este compromisso da República. 

Em entrevista ao Açoriano Oriental, o governante garantiu que “o compromisso se mantém”. 

“Após a realização do levantamento, será efetuado o pagamento, qualquer que seja o valor, uma vez que estamos a falar de indemnizações ou compensações totais. Naturalmente, temos de aguardar esse levantamento, que, segundo me foi dado a conhecer pelo Governo Regional, estará concluído por volta do outono”, disse Salvador Malheiro.

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