Autor: Rui Jorge Cabral
Os Açores vão passar a ter sete Postos de Entrada de Viajante para o controlo dos animais de companhia de países terceiros, ou seja, todos os que não pertencem à União Europeia, sendo este um controlo que já era feito ao nível aéreo, mas até agora não era feito ao nível marítimo.
Os Postos de Entrada de Viajante vão estar instalados no cais de cruzeiros de Ponta Delgada, no cais de cruzeiros da Praia da Vitória e nas marinas de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo, Velas, Lajes do Pico e Horta.
Refira-se que m 2024, foram realizados 544 controlos a animais de companhia no aeroporto de Ponta Delgada e 154 controlos no aeroporto das Lajes, na Ilha Terceira.
“Isso significa que vai ser feito um controlo ao nível da biossegurança, ao nível, por exemplo, de doenças como a raiva, ou seja, um controlo físico e documental desses animais de companhia. Nós vamos estar mais seguros relativamente à entrada de organismos nocivos na Região Autónoma dos Açores”, afirmou aos jornalistas o secretário regional da Agricultura e Alimentação.
António Ventura falava ontem em Ponta Delgada, após a assinatura de um protocolo com a Portos Açores S.A. para a utilização de espaços nas marinas destinados ao Posto de Entrada de Viajante para controlo da circulação de animais de companhia sem caráter comercial, provenientes de países terceiros.
Para António Ventura, este controlo é muito importante na atualidade mundial, marcada por conflitos e por novas formas de guerra, onde “a biossegurança é fundamental e é isto que os nossos inspetores vão implementar, sejam os inspetores no âmbito da veterinária, mas também no âmbito da sanidade vegetal”.
Isto porque, alerta o secretário regional da Agricultura e Alimentação, “a introdução de um organismo nocivo pode ser nefasto para a saúde humana, trazendo pragas novas para os Açores, que antes não existiam”.
Desta forma, todos os navios, sejam particulares, sejam de transporte de passageiros, que escalem estes sete Postos de Entrada de Viajante, vão ser visitados num espaço físico criado para o efeito ou mesmo no navio. Isto porque, um animal de companhia tem que ter, por exemplo, um certificado de vacinação quando viaja para outro país. “Não havendo conformidade documental, que é fundamental, o animal é posto logo de imediato em quarentena”, afirma António Ventura.
Mas como
vai então funcionar este controlo sanitário? “Nós temos inspetores no
âmbito da sanidade animal”, uma equipa de mais de 50 veterinários em
toda a Região, ligados à Secretaria Regional da Agricultura e
Alimentação, que são certificados, “e temos inspetores no âmbito da
sanidade vegetal”, explicou António Ventura, sendo que estes inspetores
“podem ir ao barco, como foi protocolado e têm acesso para isto, ou o
proprietário do animal de companhia conduz o seu animal ao espaço onde
será feito um controlo físico e documental”.