Açoriano Oriental
“Saúde & Cidadania” diz-se pronta para fazer mais
Sendo a Saúde o que de mais importante se pode ter, esta pode ser amplamente gerida através da adopção de hábitos de vida saudáveis e de comportamentos que a promovam.

Autor: Rui Leite Melo
A mensagem não é nova, mas a sua difusão e aplicação continuam a carecer de meios e de estratégias concertadas. Esta realidade está na génese da Plataforma Saúde & Cidadania, um projecto idealizado por Luísa Vasconcelos no âmbito da Escola Superior de Enfermagem/Universidade dos Açores e que agora completa um ano de existência. A mentora e principal responsável aponta como grande prioridade a criação na população açoriana “de uma consciência pró-saúde” e atesta a mais-valia do projecto com os resultados já conseguidos no terreno.
Num rápido balanço aos primeiros meses de actividade, lembra que “a ideia surgiu por sentirmos necessidade de dar melhores respostas às solicitações da comunidade no que se refere à educação para a saúde e à promoção da saúde” e que a ideia acabou por evoluir de modo algo inesperado: “surgimos em Outubro de 2007 com um pequeno projecto que passava basicamente por propormos uma articulação e coordenação das intervenções realizadas em centros de saúde, instituições particulares de solidariedade social e escolas, locais onde já existia intervenção mas de forma pontual. Queríamos avançar com um projecto com objectivos bem definidos”, explica.
Em concreto, o projecto foi buscar alguma da sua inspiração a acções já desenvolvidas pela Organização Mundial de Saúde, e que passam muito pelo conceito da “cidade saudável”. Acontece que desde a primeira hora a ideia foi bem recebida pelo departamento governamental que tutela a área da Saúde e que revelou grande abertura para uma futura parceria. Todas as partes envolvidas, incluindo a Secretaria Regional optaram mesmo por candidatar o projecto a financiamento comunitário, algo que nunca viria a concretizar-se “por razões burocráticas de dentro da própria escola e da Direcção Regional da Saúde”, lamenta Luísa Vasconcelos. Mas nem por isso o ambicioso projecto sofreu qualquer revés, por via do compromisso do Governo Regional em assegurar consideravelmente o seu financiamento.
Por isso, rapidamente  a Plataforma Saúde & Cidadania permitiu-se dar um importante passo em frente, desenvolvendo objectivos e actividades específicas viradas para a  comunidade, nomeadamente junto de grupos de risco, como no Estabelecimento Prisional local ou na Canada do Peixe Assado. Em Junho, arrancou uma actividade específica sobre o acesso dos imigrantes à Saúde e, depois,   promoveu uma nova edição do programa Verão Saudável,  junto de espaços de  lazer e zonas balneares.
“Em 2007 estivemos no Aquaparque e em 2008 já nos estendemos por quatro  municípios”, recorda Luísa Vasconcelos, que salienta ter recebido muito boa avaliação por parte das edilidades envolvidas. Refira-se ainda a vertente em desenvolvimento da “Escola Saudável”, que tem nos Arrifes a sua experiência-piloto. Ali investe-se na divulgação de estilos de vida saudáveis e na prevenção de consumos de substancias aditivas. Todos estes projectos têm sido conseguidos graças a parcerias pontuais e específicas, estando por garantir “um grande patrocinador que assegure definitivamente o projecto”, afirma a sua responsável que embora expectante, mostra confiança no futuro.
“Existe um compromisso da Direcção Regional da Saúde de assumir 80 por cento do financiamento do projecto. Aliás, esta entende que deve ter um papel preponderante no projecto”.
O facto é que ,sem a materialização de tal financiamento, a Plataforma ver-se-ia obrigada a reduzir a sua acção ao mínimo. “Já arrancámos com o projecto, o compromisso está assumido e seria mau interromper um trabalho que já tem seis meses para regressar a acções pontuais. A maior riqueza desta associação é o trabalho continuado que faz e que pode ser muito maior com os recursos que esperamos”, salienta. Envolvidas no projecto a tempo integral estão agora apenas duas enfermeiras estagiárias, ao abrigo do programa Estagiar L. A estas juntam-se, em tempo parcial, seis académicos especialistas em saúde pública.
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