Autor: Lusa
“Não há obra feita, nada acontece na ilha, não há investimento em obras estruturantes, que são necessárias e que foram prometidas. O Governo Regional promete e não executa, promete e cativa as verbas que poderiam garantir essa execução”, afirmou a dirigente do PS/Terceira Isabel Berbereia, numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo.
A dirigente socialista criticou o atraso de obras como a construção do novo laboratório do Serviço Especializado de Epidemiologia e Biologia Molecular do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (SEEBMO), a requalificação do Porto das Pipas, em Angra do Heroísmo, a criação de um acesso norte ao Hospital da Ilha Terceira ou a proteção da orla costeira em várias zonas da ilha.
“Ao fim de três anos, o governo do PSD/CDS/PPM não irá concretizar um único novo investimento estratégico, em termos económicos e sociais na ilha Terceira”, apontou, acrescentando que não se prevê que o faça “durante esta legislatura”.
Segundo Isabel Berbereia, o executivo limita-se “a inaugurar os investimentos iniciados, desenvolvidos com financiamento assegurado pelo anterior Governo, como foi o caso da central de armazenamento de energia”.
A dirigente socialista salientou que o executivo açoriano reduziu o investimento previsto para a ilha Terceira, no ano de 2023, em 40%, face ao ano anterior, orçamentando o valor “mais baixo dos últimos 10 anos”, mas já cativou parte desse montante.
“Um mês após a entrada em vigor deste plano de investimentos, o Governo Regional, ao contrário do que assumiu, cativou, ou seja, voltou a cortar, ainda mais 25% do pouco investimento previsto, deixando a ilha Terceira em clara desvantagem e retrocesso, estagnada no investimento em infraestruturas, diminuída deliberadamente nas suas perspetivas de desenvolvimento e crescimento económico e social”, vincou.
Isabel Berbereia destacou, por outro lado, a baixa taxa de execução do atual executivo, alegando que, em 2022, “apenas foi concretizado cerca de 60% do investimento anunciado”.
“Se o governo mantiver, este ano, a mesma taxa de execução e com a cativação prevista então irá a Terceira ter este ano uma redução de 70% do investimento público face ao previsto no orçamento de 2022”, alertou.
Para a dirigente do PS/Terceira, a redução de investimento público tem “consequências graves para os agentes económicos”, não apenas na construção civil, mas em vários setores, deixando o tecido empresarial “completamente estagnado e em sérias dificuldades”.
“Diariamente são recebidas queixas de empresas, entidades e instituições que não receberam ainda do Governo Regional o pagamento das faturas, despesas e apoios previstos, contratos e aprovados no ano passado”, acrescentou.
Isabel Berbereira acusou o executivo açoriano de querer “diminuir a importância da Terceira no contexto regional”, criticando a falta de investimento em “projetos sólidos para a manutenção e criação de novos empregos”, como o Terceira Tech Island.
A socialista disse ainda que o executivo está a transferir para outras ilhas serviços da administração pública regional, que tinham sede na Terceira, dando como exemplo o serviço regional de Finanças, o centro de emprego e a gestão da saúde, com a criação da Estrutura de Missão para o Acompanhamento do Financiamento da Saúde nos Açores (EMAFIS).
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