Açoriano Oriental
“Atividade agrícola não é a principal causa da poluição das ribeiras”

No seminário “Os Agricultores São Ambientalistas”, Jorge Rita lamentou que “sejam sempre os agricultores a arcar com a responsabilidade”.


“Atividade agrícola não é a principal causa da poluição das ribeiras”

Autor: Rui Jorge Cabral

O presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, recusou a ideia de que a atividade agrícola seja a causa principal pela poluição das águas das ribeiras em São Miguel.

Jorge Rita falava durante a abertura do seminário “Os Agricultores São Ambientalistas”, promovido pelo MAPA - Movimento Ambiente e Produção Alimentar, que decorreu em Angra do Heroísmo.

Citado em nota de imprensa, Jorge Rita alertou para “outras fontes poluidoras, como esgotos domésticos, esgotos da atividade industrial, escorrências das estradas, ou até mesmo o deficiente funcionamento de algumas estações de tratamento de águas residuais”.

O presidente da Federação Agrícola dos Açores lamentou igualmente que “sejam sempre os agricultores a arcar com a responsabilidade” e alertou para a inevitabilidade da escorrência das águas nas pastagens “sempre que há enxurradas que as levam para as ribeiras e destas para o mar”.

O presidente da Federação Agrícola dos Açores reconheceu que “a atividade agrícola tem responsabilidade parcial, sim, mas não total, e é preciso desmistificar isto”.

Citado em nota de imprensa, Jorge Rita assumiu ainda que, embora  “com algumas falhas”, os agricultores açorianos são ambientalistas, mas alerta que a falta de mão-de-obra “que está a provocar a concentração de explorações, com a integração das mais pequenas nas maiores, pode levar, claramente, a que tenhamos muita matéria orgânica disponível e fazer com que os agricultores sejam menos ambientalistas”.

Por outro lado, Jorge Rita lamenta que a Região não tenha sido ainda capaz de promover o aproveitamento da matéria orgânica, e chamou a atenção para o “excelente” trabalho que tem sido feito nesta área pelos investigadores da universidade açoriana.

Por isso, afirmou, “esta é uma preocupação nossa e da universidade, que pode ser resolvida com candidaturas ao programa PEPAC - Plano Estratégico da Política Agrícola Comum 2023-2027, por empresas especializadas na transformação de matéria orgânica”.

Contudo, o presidente da Federação Agrícola dos Açores não deixou de lamentar que a implementação do PEPAC esteja atrasada, impedindo a realização de candidaturas.

Por fim, Jorge Rita relevou a disponibilidade dos agricultores, que considerou “os maiores e melhores paisagistas das ilhas”, para cooperarem na implementação de soluções ambientais. E recordou o caso  das lagoas de São Miguel em que “quando entrei no movimento associativo, há mais de 20 anos, concordei que era preciso intervir, porque as lagoas são o ex-líbris da ilha. Considerei que a saída dos agricultores era possível, mas com indemnização. Infelizmente, passados 20 anos, as lagoas continuam eutrofizadas, o que prova que o problema não tem só a ver com a agricultura”.

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