Autor: Lusa/AO Online
De acordo com as associações, “tendo em consideração a evolução que o setor tem registado, perspetiva-se um ano tendencialmente positivo, embora muito incerto e condicionado principalmente pela evolução e duração da guerra na Ucrânia e dos seus impactos na economia mundial”.
A Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD), a Associação de Alojamento Local (ALA), as Casas Açorianas e as delegações da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) e da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal e (AHRESP) reuniram-se em Ponta Delgada, para fazer um balanço de 2022 do turismo e perspetivar 2023.
Segundo o comunicado conjunto das várias organizações, a situação do setor em 2023 “continuará a estar também dependente das políticas e medidas que venham a ser tomadas a nível regional”.
A prioridade “passa necessariamente pela promoção dos Açores, cabendo ao Governo Regional [PSD/CDS-PP/PPM] definir a política e a estratégia para o setor”, que “infelizmente se continua a aguardar”, referem os empresários.
Os empresários consideram que “é indispensável que esta política seja acompanhada de acréscimo de investimento, numa estratégia concertada entre agentes económicos e entidades públicas, devidamente direcionada para atingir os objetivos pretendidos”.
Estes “passam muito em especial, não só pela manutenção de rotas aéreas sustentáveis, mas também pela continuação de procura de novos mercados”, sendo que “a importância deste trabalho no setor tem sido sistematicamente subestimada pelos governos”.
As organizações defendem que, “para além da promoção geral de notoriedade dos Açores, deverá ser dado especial enfoque à promoção visando o esbatimento da sazonalidade, que ainda continua a ter um período muito alargado e que muito penaliza a sustentabilidade dos negócios do setor”.
As associações consideram que, para a dinamização da atividade turística em 2023, “é indispensável também ultrapassar alguns constrangimentos, como são os casos da formação e da educação, do novo sistema de incentivos ao investimento e dos instrumentos de recapitalização previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)".
O tecido empresarial afirma ser “muito preocupante o anunciado aumento exponencial da eletricidade” nos Açores, o que “ainda é agravado pelos atrasos muito significativos na aprovação das candidaturas ao SOLENERGE [de incentivos Financeiros para a aquisição de sistemas solares fotovoltaicos]”.
De acordo com as organizações, o turismo “representa cerca de 12% do PIB regional e emprega, de forma direta e indireta, cerca de 20.000 pessoas”, gerando “mais de 500 milhões de euros por ano de PIB, valor semelhante ao que a região vai receber do PRR ao longo de vários anos”.
As associações manifestam a “satisfação com a recente revogação da taxa turística regional, que sempre consideraram um sinal negativo, errado e inoportuno para o mercado, para mais num contexto em que o setor está a recuperar de um longo período pandémico, que deixou as empresas muito fragilizadas”.