Autor: Ana Carvalho Melo
Vinte organizações de todas as ilhas dos Açores participaram na COOL 2025 – Convenção das Organizações para um Oceano Limpo, reforçando o seu compromisso com a proteção dos ecossistemas marinhos e a participação ativa nos processos internacionais de governação do oceano.
Entre as entidades açorianas que participaram na edição deste ano da COOL estão a associação Amigos dos Açores, a Vidaçor, a Cresaçor, a AASB/Save Azores Waves e a associação Os Montanheiros, revela nota da organização.
“A presença de organizações de várias ilhas do arquipélago contribuirá para trazer o exemplo da Rede de Áreas Marinhas Protegidas dos Açores (RAMPA) - cuja revisão foi aprovada pela Região em outubro do ano passado - para o centro do debate internacional sobre a conservação marinha”, destaca a mesma nota.
Organizada pela Fundação Oceano Azul, e com o apoio do programa Blue Azores, a edição deste ano da COOL, que decorreu em Lisboa, foi a mais internacional de sempre, contando com a participação da rede global Rise Up – A Blue Call to Action, um movimento de organizações que promovem políticas de conservação oceânica, e da Fauna & Flora, ONG de conservação que facilitou os workshops colaborativos. O principal objetivo foi capacitar e mobilizar as organizações para a 3.ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas (UNOC3), que terá lugar na cidade francesa de Nice, em junho.
“Com a 3.ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas (UNOC3) no horizonte - que se realiza em junho na cidade francesa de Nice -, a COOL 2025 representa um passo importante na preparação destas organizações, potenciando uma participação cívica com maior impacto através da apresentação das suas preocupações e propostas de soluções”, realça a organização.
Nesse sentido, explica que “a colaboração entre as organizações reforça a sua capacidade de influência, podendo esta união fomentar uma verdadeira e efetiva mudança na governação do oceano durante a UNOC3”.
Lançada em 2019, a COOL é uma iniciativa promovida pela Fundação Oceano Azul e apoiada pelo Blue Azores, centrada numa visão de futuro sustentável do oceano, que tem como objetivo promover a partilha de conhecimento e maiores sinergias entre as organizações portuguesas.
Entre os temas em debate neste evento esteve a RAMPA, que protege 30% do mar dos Açores através de proteção elevada e de proteção total, tendo sido desenhada com base numa sólida fundamentação científica e através de um processo participativo inédito que contou com o envolvimento dos diferentes setores de atividade ligados ao mar.
Durante a COOL 2025 foi discutido como a introdução de qualquer atividade extrativa nas áreas de proteção total significaria desclassificá-las, de acordo com os critérios internacionais da IUCN e do MPA Guide. “Esta desclassificação contribuiria para o retrocesso ambiental e económico da região e para a perda de um lugar de vanguarda internacional que os Açores conquistaram ao aprovarem a RAMPA”, é explicado.
A COOL 2025 defende ainda que atingir o compromisso internacional de proteger 30% do oceano até 2030, com 10% de proteção total, é um dos temas prioritários, a par de outros como a mineração em mar profundo e a ratificação do Tratado do Alto Mar.