Açoriano Oriental
4 candidatos a bastonário dos médicos disputam hoje eleições para a Ordem
Cerca de 40 mil médicos elegem hoje o seu bastonário para os próximos três anos, entre quatro candidatos: Isabel Caixeiro, José Manuel Silva, Manuel Brito e Jaime Teixeira Mendes.

Autor: Lusa/AO On Line

O bastonário que irá suceder a Pedro Nunes no cargo tem de ganhar com mais de 50 por cento dos votos. Caso isso não aconteça, os dois candidatos mais votados terão de disputar uma segunda volta no dia 19 de janeiro, explicou à agência Lusa uma fonte da Ordem dos Médicos (OM).

Na terça-feira, a Ordem dos Médicos já tinha recebido cerca de 6500 votos por correspondência, adiantou a mesma fonte.

Isabel Caixeiro, que presidiu nos últimos seis anos à Secção Sul da OM, assume-se como uma candidata de continuidade: “se isso significar que continuarei a ser eu própria, que continuarei a seguir com firmeza e com independência as minhas ideias e as minhas maneiras de procurar as soluções”, disse à Lusa.

"É evidente que não quero uma ordem à minha imagem e semelhança, o que eu pretendo é ser a porta-voz e, no fundo, a representante de todos os médicos”, sublinhou a especialista em medicina geral e familiar.

A médica defende uma “maior capacidade de intervenção da Ordem a nível da sociedade e na definição de políticas de saúde” e o reposicionamento dos “valores da medicina e dos médicos na sociedade em detrimento dos valores económicos que ultimamente têm estado mais em vigor”.

José Manuel Silva preside à Secção Centro há três anos e candidatou-se por considerar que é preciso “modernizar” a OM.

“Quero uma ordem muito mais interventiva, que seja um parceiro ativo na definição das políticas de saúde, que seja incómoda, que por cada crítica apresente uma proposta construtiva”, diz o professor da Faculdade de Medicina de Coimbra.

O especialista em medicina interna defende um organismo “rigorosamente independente, que se preocupe com o futuro dos médicos, sobretudo os mais jovens, e dos doentes e da qualidade da saúde e da formação pré e pós-graduada”.

Quanto a Manuel Brito, candidata-se por estar “muito desiludido” com a “atitude e desempenho da OM nos últimos anos”. O cirurgião propõe um novo ciclo, com uma “matriz clara: a OM tem de defender essencialmente e de forma nuclear a medicina das boas práticas, mais humanizada e acessível a todos”.

A instituição, sublinha, tem de defender “um sistema de saúde ao qual todos os portugueses tenham acesso”. Para isso, tem de ser “estruturada, muito mais presente junto dos médicos e das instituições e respeitada pela sociedade e ouvida pelo poder político”.

A candidatura do pediatra Jaime Teixeira Mendes defende a qualidade da medicina, a continuação da defesa das carreiras médicas na perspetiva técnico-científica e a defesa do SNS como “um garante de equidade, um pilar da saúde, e uma referência essencial na formação dos médicos”.

Jaime Mendes garante que a primeira medida que tomará como bastonário será promover uma auditoria externa às contas da Ordem. A segunda será a constituição de uma comissão alargada para a revisão dos estatutos.

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