Açoriano Oriental
Censos2021
Quebra de população nos Açores revela importância de “alterar políticas”

O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, afirmou que a quebra de 4,1% da população do arquipélago desde 2011 revela a importância de “alterar as políticas” da última década para “fixar populações” e “atrair” residentes.

Quebra de população nos Açores revela importância de “alterar políticas”

Autor: Lusa/AO Online

“Importa alterar as políticas desta última década, no sentido de dar oportunidades de fixação de populações, empregabilidade e condições desde logo de mobilidade. A mobilidade, associada à educação, à acessibilidade, à saúde, à empregabilidade, são fundamentais para fixar populações e até atrair novos residentes”, afirmou Bolieiro.

O presidente do executivo açoriano, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, falava aos jornalistas no palácio de Sant’Ana, sede da presidência, em Ponta Delgada, depois de uma reunião com o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Silva Ribeiro.

Segundo os dados preliminares dos Censos 2021 revelados na quarta-feira, os Açores registaram uma quebra de população residente de 4,1% desde 2011, com o concelho da Madalena, na ilha do Pico, a ser o único a registar crescimento (4,7%).

Para Bolieiro, os números “confirmam uma crise demográfica no país e nos Açores”.

O social-democrata destacou que o Governo dos Açores já está a implementar medidas de “promoção da mobilidade” para combater a “crise demográfica” da região.

“O exemplo mais emblemático de imediatismo é desde logo a ideia da coesão territorial, através da mobilidade, que a tarifa Açores é bem representativa. Só se ama o que se conhece”, apontou.

A tarifa Açores, que entrou em vigor a 01 de junho, foi uma das bandeiras da campanha eleitoral do PSD/Açores para as regionais de outubro de 2020 e permite aos residentes viajarem via área entre as ilhas açorianas por 60 euros.

Questionado pelas razões que justificam a quebra de população nos últimos dez anos, Bolieiro disse não querer “fazer politiquice”: “não posso fazer politiquice porque não faz parte do meu caráter enquanto político”.

O presidente do Governo Regional realçou a importância da “descentralização de poderes e recursos” para o poder local, de forma a “potenciar políticas que estimulem natalidade e fixação de populações”.

“O presidente do governo está preocupado com este evoluir demográfico? Está. O Governo Regional está preocupado com este evoluir demográfico? Está. Tem políticas públicas para contrariar esta evolução demográfica? Tem, algumas estão em prática, outras estão previstas”, declarou.

O arquipélago açoriano tinha 246.772 habitantes em 2011 e perdeu 10.115 no espaço de 10 anos, o equivalente a 4,1%, tendo agora 236.657 residentes.

A região foi a quarta no país a perder mais população, a seguir ao Alentejo (6,9%), Madeira (6,2%) e Centro (4,3%).

Os decréscimos mais acentuados de população registaram-se nos concelhos de Santa Cruz das Flores (11,7%), Nordeste, na ilha de São Miguel (11,4%) e no Corvo (10,2%), a mais pequena ilha dos Açores.


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