Autor: Lusa/AO Online
Em declarações à agência Lusa, Cláudio Lopes disse que o setor, em termos de crescimento da área produtiva, não aumentará “muito mais nos próximos anos”, devido à crise de mão-de-obra.
“E, atendendo ao modo como a vitivinicultura é realizada na nossa região, que é basicamente baseada na mão-de-obra, com muita fraca introdução de tecnologia, mais do que aumentar a área de produção, temos é de qualificar e dar segurança e condições de trabalho a quem está no setor neste momento, para que possa prosseguir”, disse.
Cláudio Lopes também destacou a vertente da qualidade, assumindo que o objetivo do trabalho a realizar pelo IVV dos Açores, sob a sua liderança, é manter a qualidade de vinhos de gama alta e que “possam ombrear com os melhores vinhos nacionais e que eles possam também chegar aos mercados internacionais, […] consolidá-los e, se possível, alargá-los”.
“Nós [Açores] somos muito pequeninos em termos do panorama vitivinícola nacional e a minha perceção é de que temos de estar obrigatoriamente ligados ao grande motor da divulgação e promoção dos vinhos nacionais, que se chama ViniPortugal”, frisou.
O responsável indicou que, teve uma reunião com o secretário regional da tutela da Agricultura e referiu-lhe a ambição de, muito rapidamente, os Açores “estarem ligados à ViniPortugal, que é o maior e o melhor veículo de promoção dos vinhos nacionais no panorama internacional”.
Outra das apostas para o setor passa por criar todas as condições para desenvolver o enoturismo.
“Nós temos nove ilhas, com uma riqueza cultural e também uma tradição vitivinícola grande, […] que têm um potencial enorme a desenvolver no enoturismo. E eu penso que o enoturismo pode ser uma mola de sustentabilidade do setor em termos financeiros e sociais e de coesão do próprio setor regional”, afirmou.
Cláudio Lopes assumiu que no desempenho do cargo terá como objetivos a promoção dos vinhos, o desenvolvimento do enoturismo e “manter a preocupação da qualidade superior” dos produtos.
O IVV dos Açores foi criado em 2022, mas só foi implementado este ano, tendo os estatutos sido aprovados pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) em fevereiro.
Em junho, o executivo nomeou a nova direção do IVV liderada por Cláudio Lopes, e que tem como missão assegurar a regulação, fiscalização, certificação e promoção da produção vinícola açoriana, apoiando diretamente os produtores e contribuindo para a sustentabilidade e valorização da vinha e do vinho.
O presidente do IVV dos Açores disse à Lusa que o organismo regional, com sede no concelho da Madalena, na ilha do Pico, ainda não está totalmente instalado, prevendo que esteja a funcionar em pleno “até meados, ou finais de setembro”.
Assumiu que a missão “vai ser exigente e estimulante”, esperando que o instituto seja mais uma entidade que venha “prestigiar e dignificar” o setor vitivinícola regional e “ajudá-lo a promover em termos nacionais e internacionais”.
O arquipélago açoriano possui três regiões demarcadas de produção de vinhos de Denominação de Origem (Pico, Graciosa e Biscoitos - ilha Terceira) e todas as ilhas são abrangidas pela Indicação Geográfica Açores.