Autor: Lusa/AO ON line
O líder que destronou o presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, na lista das personalidade mais poderosas do mundo da revista norte americana Forbes vai, nos dois dias de visita a Portugal, reunir-se com o presidente português Cavaco Silva, com o primeiro ministro José Sócrates e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, entre encontros com outras autoridades e com a comunidade chinesa em Portugal.
Hu será o primeiro presidente chinês a visitar Portugal em mais de uma década e um dos grandes temas dos encontros será a possibilidade da compra de dívida soberana portuguesa pela China, que tem as maiores reservas cambiais do mundo - 2,65 biliões de dólares (1,86 biliões de euros).
Para além da dívida, Portugal e a China aproveitam também a visita para assinar diversos acordos económicos, que deverão incluir a compra de produtos portugueses como vinho e azeite, para além do reforço da cooperação no sector do turismo.
O embaixador da China em Portugal disse à imprensa chinesa que a visita de Hu “dará um grande impulso às relações bilaterais” e adiantou que os presidentes chinês e português vão discutir tópicos como o reforço da cooperação nos sectores da tecnologia e das energias renováveis, o aprofundamento das relações políticas e económicas e a expansão da cooperação nos sectores da cultura e da educação.
Hu Jintao visita Portugal acompanhado de diversos membros do governo chinês e de uma comitiva de 50 empresários, após uma visita de três dias a França, onde presidiu à assinatura de contratos comerciais e industriais de valor superior a 15 mil milhões de euros.
Segundo dados chineses, nos primeiros oito meses de 2010, as exportações portuguesas cresceram 66 por cento em relação a igual período do ano passando, somando 483,5 milhões de dólares. As exportações chinesas cresceram 39 por cento no mesmo período, para 1,65 mil milhões de dólares.
A visita de Hu Jintao é também motivo de protestos. A secção portuguesa da Amnistia Internacional vai realizar uma manifestação contra “os inúmeros detidos na República Popular da China, por delito de opinião”, enquanto o Bloco de Esquerda se recusa a estar presente na sessão parlamentar de receção ao presidente chinês, porque considera o regime de Pequim “uma ditadura com créditos firmados na violação dos Direitos Humanos”.