Autor: Olímpia Granada
Uma delegação da Casa dos Açores da Ilha de Santa Catarina (CAISC), no Brasil, está desde o último dia 9 em São Miguel a convite da Câmara Municipal de Ponta Delgada, nas Grandes Festas do Divino Espírito Santo.
De resto e como curiosidade, refira-se que a CAISC adoptou como logótipo a Pomba, símbolo do Espírito Santo.
Isto por ser motivo da fé do povo açoriano, que ultrapassa as fronteiras das terras e mares, unindo-o em todo o mundo.
Esta Casa dos Açores (ler caixa) tem cerca de 250 associados de vários municípios, em terras onde a identidade açoriana subsiste há mais de dois séculos.
Antes do seu regresso ao Brasil, no dia de hoje, o Açoriano Oriental conversou com a presidente da CAISC, Carin Machado.
Foi a primeira vez que assistiu a estas festas em São Miguel?
Às Grandes Festas do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, é a primeira vez.
Já tive oportunidade de assistir a festas nas comunidades, mas fiquei muito surpreendida com estas: não imaginava que seria uma festa tão grande, com tantos participantes, com tantas alegorias. Ficámos, assim, muito satisfeitos em poder participar, em fazer parte do cortejo ( procissão da Coroação no domingo) e de o Brasil estar representado pela nossa comitiva. Isso, para nós, foi uma grande alegria e honra.
Qual o papel da Casa dos Açores na ligação com a Região, quando há tanto mar pelo meio?
Agora, felizmente, a informática encurtou bastante essa distância! Mas o objectivo da nossa Casa, realmente, é aproximar os Açores da comunidade que tem ascendência açoriana. Nós mantemos contacto com a Direcção Regional das Comunidades para desenvolver projectos de resgate cultural do artesanato ou folclore, por exemplo, para pesquisas e intercâmbios.
Tudo isso aproxima e vai cada vez mais mostrando aos nossos descendentes como são os Açores, de onde eles ‘vieram’ e o que é que se faz aqui.
Neste momento a comunidade açoriana já não é de primeira geração...
Nós temos 260 anos de comunidade!
Portanto, são já a oitava ou nona gerações... São distantes, mas mesmo assim não esquecem que vieram dos Açores e sentem curiosidade em saber um pouco mais.
E a cultura açoriana está muito presente na nossa cidade. Nós temos arquitectura açoriana, temos grupos folclóricos que procuram resgatar danças açorianas...
É claro que há influências e há modificações, mas a base açoriana tem que estar presente!
O facto de partilharmos a mesma Língua contribuiu para manter viva essa identidade?
Bastante! Facilita bastante, apesar de às vezes termos dificuldade em entender quando as pessoas falam mais ‘fechado’ ou rápido... No domingo foi muito interessante: havia um grupo de foliões cantando e eu não consegui perceber uma palavra... (ri), o que foi uma pena! Lá, também é assim, com o ‘nosso nativo’.
Neste momento o vice-presidente da CAISC, Arante Monteiro, lembra que apesar do início da colonização ter ocorrido em 1748, “temos no sangue o orgulho de sermos açorianos. Somos brasileiros, moramos no Brasil mas nunca esquecemos. ‘Todo o mundo’ diz: - Eu sou açoriano! E continuamos ‘brigando’ pela cultura açoriana, naquele cantinho do Brasil!.
Quais os projectos ou dificuldades da CAISC?
Eu gostaria de conseguir uma sede própria para a Casa dos Açores.
A nossa maior dificuldade em desenvolver projectos resulta de não termos uma sede própria e estamos a trabalhar para isso, junto do nosso poder público municipal e estadual.
Esperamos conseguir também, aqui, um apoio por parte do Governo Regional dos Açores, para que possamos realmente ter um espaço de excelência para podermos promover exposições, intercâmbios, realizar mais projectos, receber pessoas, proceder a pesquisas.||
historial
Casa dos Açores da Ilha de Santa Catarina
A CAISC - Casa dos Açores Ilha de Santa Catarina foi fundada em 10 de Dezembro de 1999 no Museu Histórico Cruz e Souza, em Florianópolis, Brasil.
Trata-se de uma instituição que congrega pessoas interessadas e envolvidas com a cultura de base açoriana e que viabiliza iniciativas que promovam o desenvolvimento social, económico e cultural das comunidades de raiz açoriana no Estado de Santa Catarina.
A valorização de acções culturais e de cursos, palestras e oficinas também são a sua finalidade. Os intercâmbios culturais, educativos, turísticos, sociais e de apoio comercial com instituições congéneres portuguesas, açorianas e brasileiras, fazem parte da função institucional desta entidade sem fins lucrativos.
De resto e como curiosidade, refira-se que a CAISC adoptou como logótipo a Pomba, símbolo do Espírito Santo.
Isto por ser motivo da fé do povo açoriano, que ultrapassa as fronteiras das terras e mares, unindo-o em todo o mundo.
Esta Casa dos Açores (ler caixa) tem cerca de 250 associados de vários municípios, em terras onde a identidade açoriana subsiste há mais de dois séculos.
Antes do seu regresso ao Brasil, no dia de hoje, o Açoriano Oriental conversou com a presidente da CAISC, Carin Machado.
Foi a primeira vez que assistiu a estas festas em São Miguel?
Às Grandes Festas do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, é a primeira vez.
Já tive oportunidade de assistir a festas nas comunidades, mas fiquei muito surpreendida com estas: não imaginava que seria uma festa tão grande, com tantos participantes, com tantas alegorias. Ficámos, assim, muito satisfeitos em poder participar, em fazer parte do cortejo ( procissão da Coroação no domingo) e de o Brasil estar representado pela nossa comitiva. Isso, para nós, foi uma grande alegria e honra.
Qual o papel da Casa dos Açores na ligação com a Região, quando há tanto mar pelo meio?
Agora, felizmente, a informática encurtou bastante essa distância! Mas o objectivo da nossa Casa, realmente, é aproximar os Açores da comunidade que tem ascendência açoriana. Nós mantemos contacto com a Direcção Regional das Comunidades para desenvolver projectos de resgate cultural do artesanato ou folclore, por exemplo, para pesquisas e intercâmbios.
Tudo isso aproxima e vai cada vez mais mostrando aos nossos descendentes como são os Açores, de onde eles ‘vieram’ e o que é que se faz aqui.
Neste momento a comunidade açoriana já não é de primeira geração...
Nós temos 260 anos de comunidade!
Portanto, são já a oitava ou nona gerações... São distantes, mas mesmo assim não esquecem que vieram dos Açores e sentem curiosidade em saber um pouco mais.
E a cultura açoriana está muito presente na nossa cidade. Nós temos arquitectura açoriana, temos grupos folclóricos que procuram resgatar danças açorianas...
É claro que há influências e há modificações, mas a base açoriana tem que estar presente!
O facto de partilharmos a mesma Língua contribuiu para manter viva essa identidade?
Bastante! Facilita bastante, apesar de às vezes termos dificuldade em entender quando as pessoas falam mais ‘fechado’ ou rápido... No domingo foi muito interessante: havia um grupo de foliões cantando e eu não consegui perceber uma palavra... (ri), o que foi uma pena! Lá, também é assim, com o ‘nosso nativo’.
Neste momento o vice-presidente da CAISC, Arante Monteiro, lembra que apesar do início da colonização ter ocorrido em 1748, “temos no sangue o orgulho de sermos açorianos. Somos brasileiros, moramos no Brasil mas nunca esquecemos. ‘Todo o mundo’ diz: - Eu sou açoriano! E continuamos ‘brigando’ pela cultura açoriana, naquele cantinho do Brasil!.
Quais os projectos ou dificuldades da CAISC?
Eu gostaria de conseguir uma sede própria para a Casa dos Açores.
A nossa maior dificuldade em desenvolver projectos resulta de não termos uma sede própria e estamos a trabalhar para isso, junto do nosso poder público municipal e estadual.
Esperamos conseguir também, aqui, um apoio por parte do Governo Regional dos Açores, para que possamos realmente ter um espaço de excelência para podermos promover exposições, intercâmbios, realizar mais projectos, receber pessoas, proceder a pesquisas.||
historial
Casa dos Açores da Ilha de Santa Catarina
A CAISC - Casa dos Açores Ilha de Santa Catarina foi fundada em 10 de Dezembro de 1999 no Museu Histórico Cruz e Souza, em Florianópolis, Brasil.
Trata-se de uma instituição que congrega pessoas interessadas e envolvidas com a cultura de base açoriana e que viabiliza iniciativas que promovam o desenvolvimento social, económico e cultural das comunidades de raiz açoriana no Estado de Santa Catarina.
A valorização de acções culturais e de cursos, palestras e oficinas também são a sua finalidade. Os intercâmbios culturais, educativos, turísticos, sociais e de apoio comercial com instituições congéneres portuguesas, açorianas e brasileiras, fazem parte da função institucional desta entidade sem fins lucrativos.