Autor: Lusa/AO Online
Monteiro Diniz falava após uma audiência com o presidente da Assembleia da República, no âmbito da visita oficial que hoje termina à Madeira.
“A maioria absoluta impõe uma determinada orientação e não está sujeita a uma dialéctica interna com as minorias porque depende da sua própria perspectiva e da sua visão de poder”, disse.
Para o Representante da República, “o facto de haver maiorias absolutas aqui desde 1976 tem uma determinada implicação, assim como a circunstância do senhor presidente do Governo Regional ser o mesmo desde 1978”.
“Mas isso resulta da vontade do povo da Madeira”, declarou, garantindo que neste arquipélago “funciona o sistema democrático”
Contudo, Monteiro Diniz, salienta que esta situação “acaba por produzir este resultado e contra esta situação as forças minoritárias não podem reagir a não ser num plano de mera acção política, dialéctica, contraditória, dentro das armas que dispõem e possuem, que são as da argumentação política, racional, no plano da critica”.
Indicou ainda que o facto da Madeira ser um centro com apenas 260 mil habitantes, contribui para uma “sociedade fechada e concentrada” em termos políticos, económicos, culturais e sociais.
“Daí que haja depois, também uma reacção aos acontecimentos que aqui se passam muitas vezes como uma hipertrofia relativamente à validade do próprio acontecimento”.