Açoriano Oriental
Arte
Convento de Cristo "altera" diálogo entre esculturas de Ramón de Soto
O artista plástico espanhol Ramón de Soto, que a partir de quarta-feira expõe no Convento de Cristo, em Tomar, "Reflexiones sobre el silencio", afirmou à Lusa que o monumento "alterou todo o diálogo" entre as suas obras.

Autor: Lusa/AO online
O Convento albergará 17 esculturas e quatro desenhos em tinta-da-china sobre papel japonês, uma técnica que apresentara em Abril passado, quando expôs no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, em Lisboa.

    "As escultura são em aço, ferro e pedra, algumas juntam os dois materiais", referiu o escultor à Lusa.

    "No espaço concreto do Convento o tema do 'silêncio' torna-se muito mais forte e sentido. O Convento, que é magnífico, mudou todo o diálogo entre as esculturas, tendo-se tornado muito mais silêncio", disse.

    Nascido em 1942, em Valência, onde reside, Ramón de Soto é um dos mais cotados artistas plásticos espanhóis da actualidade.

    Esta exposição, que a direcção do Convento encara como "um factor dinamizador e atractivo", é organizada em parceria com o Instituto Valenciano de Arte Moderna.

    A mostra distribui-se por vários espaços do Convento e estará patente até Setembro.

    Quarta-feira, na inauguração, o grupo de teatro tomarense Fatias de Cá apresenta "A tempestade", de William Shakespeare.

    Ramón de Soto iniciou a sua formação artística na Escola de Artes e Ofícios de Valência, estudando depois escultura na Escola Superior de Belas Artes de São Carlos, e em Madrid, na Academia de Belas Artes de São Fernando.

    Em 1963, na galeria Nebli de Madrid, criou com Ignacio Gómez de Liaño e Juan José Gómez Molina o grupo Integración de las Artes, nome que seria dado à revista que publicam.

    Depois deste grupo, outros com o envolvimento de Ramón de Soto foram constituídos ao longo dos anos, até que, finalizando os estudos, o artista começou a leccionar na Escola Superior de Arquitectura de Valência e, posteriormente, na de Madrid.

    Em 1973, com outros artistas valencianos, fundou o Grupo Bulto e o seu trabalho como escultor apresenta a partir de então marcas de um claro compromisso político e social.

    Em consequência da sua militância é forçado ao exílio, em Itália, mas regressa com a normalização democrática em Espanha, e passa a exercer, a par da sua actividade criativa, a docência universitária.

    A sua primeirra exposição em Portugal realizou-se entre Abril e Junho na Cordoaria Nacional e intitulou-se "Reflexões sobre Eros e Thanatos".
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