Açoriano Oriental
Chavez diz que Sócrates é "um líder da nobre Europa"
O presidente da Venezuela, Hugo Chavez, afirmou hoje que vê no primeiro-ministro, José Sócrates, a "nobre Europa", porque é um líder europeu que "reconhece a revolução" que está a ocorrer na América do Sul.

Chavez diz que Sócrates é "um líder da nobre Europa"

Autor: Lusa/AO
Os elogios de Chavez a Sócrates foram feitos em São Bento, após Portugal e a Venezuela terem assinado cinco acordos bilaterais económicos.

    "Em ti reconhecemos a nobre Europa. És um líder europeu que reconhece a revolução que está a acontecer na América do Sul. A revolução da liberdade, igualdade e fraternidade [do século XIX na América do Sul] está a recomeçar", disse o presidente venezuelano.

    O tradicional longo discurso de improviso de Chavez apenas foi interrompido quando verificou que já passava das 22:00 e, portanto, era "hora de jantar".

    Numa análise à actual situação política, o presidente da Venezuela lembrou que a independência dos países da América do Sul, ao contrário da "independência generosa do Brasil", foi feita de armas na mão no século XIX.

    "Depois, o século XX, foi o século perdido, em que reinaram as desigualdades, a exploração, miséria e a pobreza. Mas agora o povo despertou", disse, antes de se referir ao presidente boliviano, Evo Morales.

    "Pela primeira vez, um índio chegou a presidente, num país em que os índios são a esmagadora maioria", apontou o presidente venezuelano.

    Neste mesmo contexto, Chavez considerou o presidente brasileiro, Lula da Silva, como um "amigo comum" - dele e de Sócrates - citou o chefe de Estado russo, Medevdev, em defesa de "um mundo pluripolar" e definiu o primeiro-ministro português como "um homem humilde".

    Em relação à comunidade portuguesa no seu país, Chavez disse que, "desde pequenino, assim como todos os venezuelanos, souberam ganhar consideração, amor e respeito pelos portugueses".

    "Em Lisboa, os venezuelanos sentem-se em casa. Obrigado Sócrates pela tua generosidade", disse, deixando para o fim da sua intervenção o teor dos cinco acordos bilaterais momentos antes assinados em São Bento.

    Nesse ponto, Chavez sublinhou a importância do abastecimento de água a algumas das principais cidades do país, assim como o fornecimento de medicamentos e de informática por parte de Portugal.

    Depois de destacar o carácter "estratégico" da ampliação do porto de La Guaira (que abastece Caracas), Chavez dirigiu-se de novo directamente a Sócrates e deixou uma mensagem final de ordem política.

    "Vamos ser capazes de derrotar a intriga. Temos o mesmo sonho, o mesmo sangue e a mesa utopia", declarou.
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