Açoriano Oriental
Defesa
César defende localização do AFRICOM nas Lajes
O presidente do Governo açoriano defendeu esta quarta-feira que uma das estruturas norte-americanas do novo comando africano (AFRICOM) deve ficar com sede na base das Lajes e desafiou Portugal a ter uma “palavra rápida” favorável ao arquipélago.
César defende localização do AFRICOM nas Lajes

Autor: Lusa/AO online
“O Estado português deve ter uma palavra rápida, clara e favorável aos Açores neste assunto”, afirmou Carlos César, na sessão de abertura de um fórum para analisar as relações transatlânticas.

    Em Fevereiro de 2007, a administração norte-americana anunciou a criação do Comando Africano, culminando um processo de dez anos, tendo em conta a crescente importância estratégica deste continente.

    Este comando, que será separado da estrutura norte-americana na Europa, arrancou com as operações iniciais em Outubro de 2007 e prevê-se que se torne um comando independente em Outubro de 2008.

    Ao abrigo do Acordo de Cooperação e Defesa assinado entre Portugal e os Estados Unidos, os militares norte-americanos possuem um destacamento na base portuguesa das Lajes, na ilha Terceira.

    Para o chefe do executivo açoriano, com o intensificar da opção africana por parte do Pentágono, que pretende a especialização do AFRICOM, os Açores desejam “relevar as vantagens comparativas” que a base aérea portuguesa das Lajes apresenta neste domínio.

    Vantagens que passam pela sua envolvente política e diplomática, “menos ligada a flutuações de interesses e posicionamentos dúbios do que outros eventuais palcos”, condições logísticas e operacionais, assim como por uma localização a meio caminho entre o cenário estratégico e a sede de comando.

    “Compete aos órgãos próprios da região, mas também à nossa diplomacia e estrutura de Defesa, manter um posicionamento estratégico e uma actuação esclarecida e eficaz na actualização do nosso relacionamento bilateral, tendo em atenção o desenho de novas prioridades de acção externa face aos que connosco cooperam”, alegou.

    Relativamente à hipótese das Lajes servirem de campo de treino a caças norte-americanos de última geração, Carlos César salientou a necessidade de se avançar rapidamente com uma decisão política.

    “É necessário intensificar contactos e esclarecer com a maior brevidade possível todos os aspectos necessários à correspondente decisão política”, afirmou o presidente do Governo, que reconheceu que em causa estão negociações com um grau elevado de especificidade técnica.

    Adiantou, ainda, que já transmitiu esta posição às entidades com poder de decisão sobre a matéria, aos níveis interno e externo.

    “Fi-lo em nome dos Açores e no quadro da comunhão de valores que mantemos com os Estados Unidos, em prol de um mundo mais justo e democrático”, salientou o chefe do executivo regional.

    Políticos, académicos e representantes diplomáticos estão reunidos, a partir de hoje, em Ponta Delgada, no I Fórum Açoriano Franklin Roosevelt, organizada pela Fundação Luso-Americana (FLAD) e pelo Governo açoriano.

    Mário Soares, antigo Presidente da República, os professores Adriano Moreira e Eduardo Paz Ferreira, o jurista Álvaro Monjardino, Rui Machete, presidente da FLAD, José Medeiros Ferreira, professor e antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros, assim como o embaixador José Cutileiro e o General José Loureiro dos Santos fazem parte do leque de conferencistas.

    Uma iniciativa que Rui Machete considerou não ser um encontro sobre história, mas sim uma oportunidade para reflectir o mundo actual, na perspectiva das relações transatlânticas.
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