Açoriano Oriental
“A ilha de Sam Nunca” explora o arquipélago dos Açores

Artista Andrea Santolaya vai dar hoje a conhecer o fruto de sete anos de trabalho a fotografar os Açores, com foco na cultura e nos rituais religiosos que caracterizam a comunidade açoriana

“A ilha de Sam Nunca” explora o arquipélago dos Açores

Autor: Rafael Dutra

A artista Andrea Santolaya vai apresentar esta sexta-feira, no Museu Carlos Machado e na Galeria Fonseca Macedo, às 18h30 e 20h00, respetivamente, a exposição “A ilha de Sam Nunca” que retrata e explora, através da fotografia e do próprio imaginário, os rituais religiosos, bem como a cultura associada às ilhas do arquipélago açoriano e as pessoas que lá habitam.

Em entrevista ao Açoriano Oriental, Andrea Santolaya indica que o trabalho desenvolvido para a exposição teve início há oito anos, quando veio para os Açores, a propósito de um convite que recebeu para uma residência artística no Pico do Refúgio.

A artista e fotógrafa natural de Espanha gostou tanto da experiência que ficou a viver desde então na ilha, onde tem continuado a fotografar paisagens e, sobretudo, a etnografia açoriana.

“O trabalho tem a ver muito com a minha jornada nos Açores. As fotografias mais icónicas representam ritos e rituais, que tenho estado a fotografar que acontecem no arquipélago nos Açores, mas que também representam o imaginário açoriano”, explica a artista.

A artista tem tirado inúmeras fotos de procissões e eventos religiosos, de romeiros, e até romeiras - que são menos comuns -, mas também de “coroações, impérios e mordomos”, relembra, apontando que algumas destas irão ser apresentadas hoje, em Ponta Delgada.

Não obstante viver atualmente em Rabo de Peixe, em São Miguel, a artista representa, através de “uma imagem documentária” todas as ilhas dos Açores, cada uma “com a sua individualidade dentro de uma identidade açoriana”, realça, adiantando que o foco é fazer uma representação da cultura, mas também do religioso.

Isto é feito, com estas imagens, mas através de uma narrativa que está associada aos próprios “vínculos” que a artista tem com a literatura e com este imaginário.

No Museu Carlos Machado, a exposição não é apenas fotográfica, pois funciona numa articulação e “simbiose” com o próprio espaço e com os objetos e itens que pertencem a esta instituição, que irão “contrastar e dialogar com as fotografias”, sustenta Andrea Santolaya.

Este trabalho em união com o Museu Carlos Machado foi feito com curadoria de Maria Emanuel Albergaria, que, com a artista, fez um estudo para “poder versar e articular com estas peças e também com a própria história dos Açores”, prossegue a artista.

De acordo com a artista, o texto sobre a exposição é da autoria do escritor Enrique Vila-Matas, já o design gráfico foi realizado por Júlia Garcia.

O itinerário da exposição é depois transportado para a Galeria Fonseca Macedo, onde também irão constar algumas fotografias que já estão no Museu Carlos Machado, mas outras que não, sendo que esta mostra será mais em “formato galeria”, explana Andrea Santolaya, que admite ser uma “responsabilidade grande poder trabalhar através dos Açores”.

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