Autor: AO Online/ Lusa
“Entendemos que há condições, não só para manter o financiamento do Serviço Regional de Saúde na ordem dos 357 milhões de euros, como aconteceu em 2020, e que permitiu que não houvesse défice este ano, como utilizar o saldo que resulta do ano de 2020, que ascende a cerca de 80 milhões de euros, e que deve ser aplicado no Serviço Regional de Saúde”, afirmou o líder regional do partido, Vasco Cordeiro.
Esse “montante, que ascende a cerca de 440 milhões de euros”, deve ser aplicado “na capacitação de resposta a esta situação de pandemia, naqueles que são projetos que fortalecem a resposta do Serviço Regional de Saúde para o futuro e em infraestruturas físicas também”, considerou, realçando que uma intervenção no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, “assume particular importância”.
Vasco Cordeiro falava hoje aos jornalistas depois de ter sido recebido no Palácio de Santana, no âmbito das audiências aos partidos para preparação do Plano e Orçamento da região.
O ex-presidente do Governo Regional destacou também a “apreensão” com que vê, “neste momento, que o Governo pondere prescindir de receitas e ir pedir dinheiro emprestado para seguir a sua vida”.
“É mau sinal que, numa situação como esta, haja um prescindir de receitas, é disso que falamos quando falamos de redução fiscal”, concretizou.
Para o também líder da bancada socialista no parlamento açoriano, “este não é o momento para fazer isso”, porque “são necessários recursos públicos para acudir a toda esta situação de efeitos na economia” da pandemia de covid-19.
“Isso não vai dar certo. Isso pode garantir a sobrevivência do Governo, deste Governo”, sublinhou, “mas isso complica a vida da região”.
É também com “muita apreensão” que o líder da estrutura regional socialista vê um “certo afrouxar da ligação entre a atribuição de apoios públicos e a necessidade de proteger emprego”, afirmou, sublinhando que “soluções que retirem a necessidade de manter emprego vão no mau sentido”.
No combate à pobreza, “é necessário reavaliar vários documentos, desde logo o plano regional de combate à pobreza e à exclusão social, cujos pressupostos e cujos cenários foram alterados por esta situação pandémica”, referiu.
“Esta preocupação com aquela que é a mescla ideológica que suporta este governo, e, sobretudo, com aquilo que foi assumido como combate ao Rendimento Social de Inserção é algo particularmente desafiante e particularmente difícil”, considerou, defendendo que “é imperativo” rejeitar essa ideia, “porque quando se falamos disso estamos a falar de não deixar ninguém para trás, sobretudo nesta fase da nossa vivência”.
O deputado mencionou ainda que “é necessário começar já a componente do relançamento da economia e, nesse âmbito, o turismo é fundamental”, e que é preciso “recuperar dos efeitos [da pandemia] que são bastante penalizadores” para a educação.
Ao longo do dia de hoje, o presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, e o secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública, Joaquim Bastos e Silva, auscultaram os oito partidos com assento parlamentar sobre o Plano e Orçamento da região para 2021.
O documento será discutido e votado na Assembleia Regional até abril.
O Governo de coligação PSD/CDS-PP/PPM é suportado pela Iniciativa Liberal e pelo Chega.