Autor: Lusa/AO Online
“Gostaria de reduzir essas fricções, aumentar o entendimento e a cooperação, e produzir resultados concretos”, declarou Takaichi à margem da cimeira do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), segundo declarações reproduzidas pela televisão pública japonesa NHK.
A dirigente japonesa, a primeira mulher a chefiar o Governo do país, sublinhou que a China é “um vizinho importante para o Japão” e que ambos têm “grandes responsabilidades para a paz e a prosperidade regionais e internacionais”.
Apesar de reconhecer que existem “preocupações” nas relações bilaterais, Takaichi manifestou vontade de construir uma relação “construtiva e estável”.
A nomeação da nova primeira-ministra foi recebida com cautela por vários países vizinhos, entre os quais a China, devido à sua posição favorável ao revisionismo histórico e à reforma da Constituição pacifista do Japão.
Como reflexo desse desconforto, Xi Jinping não enviou qualquer mensagem de felicitação a Takaichi após a sua nomeação, ao contrário do que fez com os seus três antecessores, incluindo Shigeru Ishiba, a quem sucede no cargo.
Na terça-feira, porém, o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, afirmou, após uma conversa telefónica com o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Toshimitsu Motegi, ter “percebido sinais positivos por parte do novo gabinete japonês”.
Pequim e Tóquio mantêm há décadas disputas territoriais no mar do Leste da China, e o Governo chinês tem criticado reiteradamente o Japão pelo que considera ser uma postura revisionista face às invasões perpetradas na China durante a Segunda Guerra Mundial e nos anos que a antecederam.
O encontro entre Xi e Takaichi surge após a visita do Presidente norte-americano, Donald Trump, ao Japão esta semana. Na quinta-feira, Trump reuniu-se com Xi na Coreia do Sul, mas regressou aos Estados Unidos nesse mesmo dia, estando hoje ausente da cimeira da APEC.
Tóquio e Washington acordaram esta semana reforçar as respetivas capacidades militares para prevenir “atos agressivos” da China. Na sexta-feira passada, Takaichi anunciou que o Japão vai acelerar o aumento das despesas militares, com o objetivo de atingir 2% do PIB até 2027.
 
                     
             
                                                 
                                                 
                                                