Autor: Lusa / AO online
Os norte-americanos Mario Capecchi e Oliver Smithies e o britânico Martin Evans, cujos trabalhos de investigação foram desenvolvidos separadamente, permiritam descobrir como manipular geneticamente células embrionárias de ratos, indicou o comité Nobel em comunicado.
Os cientistas descobriram como inactivar um gene, técnica essencial no domínio terapêutico que é reconhecida como a base da biomedicina do século XXI.
Esta técnica é aplicada em quase todos os domínios da biomedicina, desde a investigação ao desenvolvimento de novas terapias, acrescenta o comunicado.
A descoberta dos três galardoados permite inactivar um gene, ou seja, neutralizá-lo.
Em laboratório, os cientistas alteraram o código genético de animais de forma a conseguir "ligar" e "desligar" certos genes que tanto os ratos como os seres humanos partilham.
Segundo o comité do Prémio Nobel, o estudo de genes permite aumentar os conhecimentos de "inúmeros genes em desenvolvimento embrionário".
O campo de aplicação destas descobertas é vasto, podendo contribuir para encontrar tratamentos para doenças degenerativas como o Alzheimer, mas também o cancro, a diabetes e as doenças cardiovasculares.
Pelo segundo ano consecutivo, o Nobel da Medicina foi atribuido a uma descoberta na área da genética: em 2006, os americanos Andrew Fire e Craig Mello foram galardoados pela descoberta de um mecanismo natural de bloqueio dos genes que permite lutar contra agentes infectocontagiosos.
O Nobel da Medicina foi o primeiro de seis prémios a ser anunciado este ano, faltando o da Química, Física, Literatura, Paz e Economia. Os prémios são entregues todos os anos a 10 de Dezembro, aniversário da morte do fundador Alfred Nobel.
O Nobel da Medicina tem um valor pecuniário de 10 milhões de coroas suecas (1,1 milhões de euros) e ao seu anúncio seguem-se, nos próximos dias, os prémios correspondentes da Física, Química, Literatura, Paz e Economia.