Autor: Lusa/AO Online
Num apelo em prol da efeméride, feito durante a Audiência Geral de hoje, Francisco pediu para que a “liberdade de consciência seja respeitada”, dando como exemplo o caso de Sousa Mendes.
“Celebra-se hoje o ‘Dia da Consciência’, inspirado no testemunho do diplomata português Aristides de Sousa Mendes, que, há 80 anos, decidiu seguir a voz da consciência e salvou a vida de milhares de judeus e outros perseguidos” durante a Segunda Guerra Mundial, referiu o papa.
“Que a liberdade de consciência seja sempre e em toda a parte respeitada e que cada cristão possa dar exemplo de coerência com uma consciência reta e iluminada pela Palavra de Deus”, acrescentou.
Aristides de Sousa Mendes nasceu em Cabanas de Viriato, concelho de Carregal do Sal (distrito de Viseu - centro norte de Portugal) a 19 de julho de 1885.
No início da Segunda Guerra Mundial (1939/45), mais precisamente a partir de 1940, Sousa Mendes desempenhava as funções de cônsul em Bordéus (sudoeste de França), tendo concedido cerca de 30 mil vistos para salvar a vida de refugiados do nazismo, a maioria judeus, contra as ordens expressas do então regime fascista português, liderado por António Oliveira Salazar.
Obrigado a voltar a Portugal, Sousa Mendes foi demitido do cargo e ficou na miséria, com a sua numerosa família. Morreu na pobreza a 03 de abril de 1954, no Hospital dos Franciscanos, em Lisboa.
Em 1966, foi reconhecido pelo instituto Yad Vashem, memorial dos mártires e heróis do Holocausto, como um “Justo entre as Nações”.
Em 1998, foi condecorado a título póstumo com a Cruz de Mérito pela República Portuguesa, pelas suas ações em Bordéus.