Autor: Lusa/AO Online
Em comunicado, o executivo açoriano de coligação referiu que “cumpriu o estabelecido” com os trabalhadores dos matadouros da região.
“Este pagamento decorre do Decreto Legislativo Regional n.º 11/2024/A, de 21 de novembro, que define o novo regime jurídico da carreira especial dos trabalhadores dos matadouros da rede regional de abate”, esclareceu na nota, indicando que desde o início de 2025 que o Governo Regional “passou a aplicar os novos vencimentos associados a esta mudança de regime”.
A indicação do pagamento foi hoje confirmada pelo secretário regional da tutela, António Ventura, que visitou o matadouro da ilha Terceira.
Os trabalhadores dos matadouros dos Açores estiveram em greve, no dia 14 de maio, para exigir o pagamento de retroativos de 2024, relativos às alterações na carreira, e admitiram nova paralisação numa das alturas do ano de maior procura dos serviços.
Naquele dia, o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, garantiu que as atualizações salariais dos trabalhadores dos matadouros seriam pagas em junho, mas apelou à responsabilidade, assinalando que o executivo “não tem varinhas mágicas para corresponder às ambições de todos".
A greve foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas e decorreu nos matadouros públicos dos Açores, geridos pelo Instituto de Alimentação e Mercados Agrícolas.
Em causa estava a aplicação do Decreto Legislativo Regional n.º 11/2024/A, de 21 de novembro de 2024, que define o regime jurídico da carreira especial dos trabalhadores dos matadouros da rede regional de abate da Região Autónoma dos Açores.
O novo regime previa uma regularização salarial, com retroativos a 01 de janeiro de 2024, mas, até àquela data, ainda só tinham sido pagos retroativos a 01 de janeiro de 2025.
O secretário regional da Agricultura e Alimentação também participou hoje numa reunião com o Conselho de Administração do Instituto de Alimentação e Mercados Agrícolas, onde foram analisados os resultados dos primeiros seis meses de 2025 no setor da carne de bovinos, com “dados animadores para a economia regional”.
“Entre os indicadores positivos destaca-se o crescimento de 8% na expedição de carcaças de bovino em contentor, comparando com o mesmo período de 2024. Este aumento traduz-se num reforço da capacidade exportadora da Região, consolidando a presença da carne dos Açores em mercados externos e assegurando maior escoamento para a produção local, com impacto direto na valorização do produto, aumento de receitas e estabilidade do setor pecuário regional”, segundo a nota.
O abate de bovinos com Indicação Geográfica Protegida (IGP) também registou “um crescimento de 21% comparativamente ao ano de 2020, o que demonstra não só o fortalecimento da produção diferenciada, como também o reconhecimento crescente da qualidade e autenticidade da carne açoriana”.
“Este crescimento na IGP demonstra maior valorização junto dos consumidores, fidelização de mercados ‘premium’ e proteção da identidade produtiva da Região no espaço europeu e internacional”, é salientado.
O Governo Regional adianta na nota que, depois de, no ano transato, terem sido certificados todos os matadouros da região relativos ao bem-estar animal, encontram-se já em fase de renovação dessa certificação os matadouros das ilhas do Pico, Faial, Graciosa e Flores.
“Este reconhecimento internacional reflete um esforço coletivo por garantir práticas éticas na produção animal, cada vez mais valorizadas pelos consumidores. Os Açores estão a afirmar-se como uma região que respeita os animais, valoriza a qualidade e responde às novas exigências do mercado”, sublinhou António Ventura, citado no comunicado.