Autor: Lusa/AOonline
"De facto - disse o escritor à agência Lusa - neste momento temos um surto dos chamados livros 'light' ou de literatura que é puramente comercial, que caracteriza o momento actual e convém raciocinar sobre ele".
Aguiar defende que "a escrita é um exercício de sedução, mas há que pôr o leitor a pensar, não chega apanhar o leitor pela curiosidade ou pelo 'suspense'".
Estes são objectivos que o escritor assinalou à Lusa crer ter alcançado neste novo livro, editado pela Divisão Editorial Literária de Lisboa (DEL-L) da Porto Editora.
A narrativa de "O Priorado do Cifrão" abre com o misterioso assassinato de um catedrático com um alfinete de chapéu de senhora na Secção Mesopotâmia do Museu Britânico.
O catedrático de Bristol preparava um livro em "que atacava com erudição e desusada virulência um autor americano, Ben Browning, o mesmo que publicara 'The Carvaggio Papers', romance que conhecera um êxito sem precedentes".
João Aguiar recusa que seja "apenas uma 'charge' a Dan Brown e ao seu Código Da Vinci".
"Eu nem falo no nome desse autor, nem no do seu livro", disse, sorridente.
"O Priorado do Cifrão" foi escrito em seis meses mas o autor pensou-o e estruturou-o "mentalmente" durante um ano.
"A ideia do livro foi crescendo devagar e de repente dei com ele estruturado e fui avançando, não foi um trabalho metódico", explicou.
Com cerca de 400 páginas, "um dos seus livros mais longos", Aguiar reconheceu que "tem estrutura complexa".
"O [escritor] Miguel Real disse-me por acaso que considera que este é o livro mais complexo que escrevi até agora. Eu não sei, não me cabe a mim fazer esse tipo de julgamentos. Mas eu julgo que o livro de facto é complexo. Essa complexidade de qualquer modo tornou-se quase necessária. Não foi voluntária, aconteceu porque a ideia que eu tinha exigia determinada evolução dos acontecimentos e acabou por ficar assim", disse.
Autor de 16 romances, incluindo o agora publicado, João Aguiar afirma que escreve para ser lido, mas não procura o "efeito narrativo".
"Eu escrevo porque quero ser lido, mas não sou capaz de pensar directamente no leitor quando estou a trabalhar, ou em criar este ou aquele efeito. Depois espero só que gostem", disse.
"Uma literatura boa, com 'l' maiúsculo não tem de ser uma literatura difícil de ler, pelo contrário. É importante haver a diferença entre a concessão baixa, direi mesmo mercenária, e a boa literatura. Eu tento colocar-me do lado da boa literatura. Se o consigo ou não, os outros julgarão", argumentou.
Com este título, João Aguiar muda de editora, saindo da Asa.
"Quem não está bem, muda-se, e eu não estava nada satisfeito com a Asa nestes últimos tempos. Aquela coisa da compra da Asa pela LeYa tem aspectos que não me agradam nada", afirmou, referindo a amizade que o liga "há vários anos" a Manuel Alberto Valente, que era o director-geral da Asa e hoje está na DEL-L.
Aguiar defende que "a escrita é um exercício de sedução, mas há que pôr o leitor a pensar, não chega apanhar o leitor pela curiosidade ou pelo 'suspense'".
Estes são objectivos que o escritor assinalou à Lusa crer ter alcançado neste novo livro, editado pela Divisão Editorial Literária de Lisboa (DEL-L) da Porto Editora.
A narrativa de "O Priorado do Cifrão" abre com o misterioso assassinato de um catedrático com um alfinete de chapéu de senhora na Secção Mesopotâmia do Museu Britânico.
O catedrático de Bristol preparava um livro em "que atacava com erudição e desusada virulência um autor americano, Ben Browning, o mesmo que publicara 'The Carvaggio Papers', romance que conhecera um êxito sem precedentes".
João Aguiar recusa que seja "apenas uma 'charge' a Dan Brown e ao seu Código Da Vinci".
"Eu nem falo no nome desse autor, nem no do seu livro", disse, sorridente.
"O Priorado do Cifrão" foi escrito em seis meses mas o autor pensou-o e estruturou-o "mentalmente" durante um ano.
"A ideia do livro foi crescendo devagar e de repente dei com ele estruturado e fui avançando, não foi um trabalho metódico", explicou.
Com cerca de 400 páginas, "um dos seus livros mais longos", Aguiar reconheceu que "tem estrutura complexa".
"O [escritor] Miguel Real disse-me por acaso que considera que este é o livro mais complexo que escrevi até agora. Eu não sei, não me cabe a mim fazer esse tipo de julgamentos. Mas eu julgo que o livro de facto é complexo. Essa complexidade de qualquer modo tornou-se quase necessária. Não foi voluntária, aconteceu porque a ideia que eu tinha exigia determinada evolução dos acontecimentos e acabou por ficar assim", disse.
Autor de 16 romances, incluindo o agora publicado, João Aguiar afirma que escreve para ser lido, mas não procura o "efeito narrativo".
"Eu escrevo porque quero ser lido, mas não sou capaz de pensar directamente no leitor quando estou a trabalhar, ou em criar este ou aquele efeito. Depois espero só que gostem", disse.
"Uma literatura boa, com 'l' maiúsculo não tem de ser uma literatura difícil de ler, pelo contrário. É importante haver a diferença entre a concessão baixa, direi mesmo mercenária, e a boa literatura. Eu tento colocar-me do lado da boa literatura. Se o consigo ou não, os outros julgarão", argumentou.
Com este título, João Aguiar muda de editora, saindo da Asa.
"Quem não está bem, muda-se, e eu não estava nada satisfeito com a Asa nestes últimos tempos. Aquela coisa da compra da Asa pela LeYa tem aspectos que não me agradam nada", afirmou, referindo a amizade que o liga "há vários anos" a Manuel Alberto Valente, que era o director-geral da Asa e hoje está na DEL-L.