Autor: Lusa/AO Online
O plano é construir um acampamento que sirva como “cidade humanitária”, para aí concentrar toda a população de Gaza.
“Os seus residentes terão permissão para sair? Se não, como serão impedidos de sair? Haverá uma vedação? Uma vedação normal? Uma vedação elétrica? Quantos soldados a protegerão?”, questionou Lapid durante a reunião semanal do seu partido Yesh Atid no Knesset, o parlamento israelita.
“O que farão os soldados se as crianças quiserem sair da cidade? Quem as alimentará? Quem fornecerá água e eletricidade? O que acontecerá se houver epidemias e doenças? Quem cuidará delas?”, indagou ainda.
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, anunciou, há uma semana, que o exército está a trabalhar num plano para estabelecer uma nova “cidade humanitária” no sul de Rafah, onde se concentrariam dois milhões de habitantes de Gaza.
De acordo com Katz, este novo campo albergaria inicialmente cerca de 600.000 palestinianos, a maioria dos quais provindos da zona costeira de Mawasi, perto de Rafah, onde se refugiaram muitos dos que, nos últimos meses, foram deslocados à força pelo exército israelita de outras partes do enclave.
Para aceder a este novo campo, os palestinianos teriam de passar por um posto de controlo de segurança e, uma vez no interior, não poderiam dali sair, indicou o ministro da Defesa.
O líder da oposição israelita alertou que a execução de um projeto deste tipo envolveria “gastos de milhares de milhões” de shekels (a moeda israelita).
A ONU e outras organizações de defesa dos direitos humanos acusam o Governo liderado por Benjamin Netanyahu de planear a construção de “um campo de concentração” em Gaza.