Açoriano Oriental
Governo dos Açores diz que República "não tem feito" a sua parte com universidade açoriana

O vice-presidente do Governo dos Açores considerou esta sexta feira que o Governo da República “não tem feito” a sua parte no que concerne ao ensino superior na região autónoma, havendo um “subfinanciamento crónico” da academia açoriana.

Governo dos Açores diz que República "não tem feito" a sua parte com universidade açoriana

Autor: Lusa /AO Online



Em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada, Artur Lima indicou que o atual executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) já financiou a Universidade dos Açores em 3,9 milhões de euros, em comparação com os 2,4 milhões transferidos em 2019 e 2020 pelo anterior governo socialista, “aumentando-se em 100% o financiamento da tripolaridade da instituição”.

O número dois do Governo Regional iniciou hoje, por Ponta Delgada, um périplo aos três polos da academia açoriana, sendo os dois restantes situados em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, e Horta, na ilha do Faial, tendo reunido com a reitoria e restantes responsáveis por departamentos.

Artur Lima manifestou “toda a disponibilidade para colaborar com a Universidade dos Açores”, e vice-versa, tendo lamentado o “subfinanciamento crónico por parte da República, que não se aceita devido à descontinuidade social e territorial de uma região ultraperiférica”.

“Lamenta-se que esse financiamento não seja o adequado e justo”, disse Artur Lima, que recebeu hoje a “triste notícia de que o número de vagas para os açorianos no ensino superior foi reduzid0 de 3,5 para 2%, o que é lamentável”.

O governante refere que o Governo da República "deve olhar para Portugal como um todo e para os Açores como uma parte integrante", sendo esta "uma região que tem a taxa mais baixa de licenciados do país”.

“O Governo da República não tem feito a sua parte”, frisou.

Artur Lima pretende, em parceria coma a reitoria da Universidade dos Açores, “otimizar recursos e procurar novas fontes de financiamento quer junto da FLAD, bem como na diáspora, para projetos que possam alavancar” as propostas cientificas da academia e “sobretudo dar sustentabilidade, maior dimensão e músculo à universidade”.

A reitora da Universidade dos Açores considerou, entretanto, que o ‘chumbo’, hoje, na Assembleia da República, de propostas que visavam aumentar o financiamento das universidades das regiões autónomas, é uma “má noticia para a Universidade dos Açores, para a região e ensino superior nacional”.

A Assembleia da República 'chumbou' hoje dois diplomas que pretendiam reforçar o financiamento das universidades da Madeira e dos Açores, de forma a compensar os constrangimentos decorrentes da insularidade.

Em votação estava uma proposta de lei da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira (ALRAM) sobre a “majoração do financiamento da Universidade da Madeira e da Universidade dos Açores” e um projeto-lei do Chega com vista à introdução de complemento de insularidade nas verbas a transferir para estas instituições de ensino.

A reitora Susana Mira Leal considerou que o trabalho da Universidade dos Açores “tem sido limitado, e tem sido assim ao longo das últimas décadas, devido ao subfinanciamento crónico do ensino superior nacional, que afeta sobremaneira as universidades insulares devido à sua descontinuidade territorial, do seu afastamento da centralidade”.

A proposta de lei do parlamento da Madeira foi rejeitada com os votos contra do PS e favoráveis das restantes forças políticas, enquanto o projeto de lei do Chega foi chumbada com os votos favoráveis do PSD, BE e PAN, contra do PS e abstenção da Iniciativa Liberal, PCP e Livre.


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